O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a pressionar a China nesta segunda-feira (20 de outubro de 2025) com a ameaça de tarifas pesadas. O republicano declarou que há a possibilidade de os EUA taxarem o país asiático em 155% a partir de 1º de novembro, caso as duas nações não cheguem a um acordo comercial. A medida visa forçar um acerto, visto que Trump já havia imposto uma tarifa de 100% sobre produtos chineses na última sexta-feira (17), classificando a taxa como insustentável.
Apesar da escalada nas ameaças, há sinais de que as negociações diretas serão retomadas. Trump afirmou que planeja viajar à China no início de 2026, a convite de Pequim. Além disso, representantes dos dois países devem se reunir na Coreia do Sul nas próximas semanas para uma nova rodada de conversas.
“Acho que vamos nos sair muito bem com a China. A China não quer conflito”, disse Trump. O presidente americano busca um acordo que considera mais justo para os EUA, assim como fez com outros países, como o Brasil, cujas negociações foram iniciadas na semana passada.
Disputa por terras raras e óleo de cozinha
As tensões recentes foram acirradas pela disputa sobre minerais críticos, as chamadas terras raras. A China, que detém quase o monopólio de extração e refino desses 17 elementos químicos essenciais para a fabricação de smartphones, painéis solares e equipamentos militares, publicou novas regras que exigem autorização para exportar produtos que contenham esses minerais.
Trump classificou a restrição chinesa como “surpreendente” e “muito hostil”, acusando-a de ser uma retaliação. Como resposta, além da ameaça de tarifas, o presidente americano considerou encerrar negócios com a China envolvendo “óleo de cozinha e outros elementos de comércio”. Trump justificou a medida como uma resposta à decisão de Pequim de suspender a compra de soja americana em maio, o que ele chamou de “ato economicamente hostil”.
Apesar das tensões, a China concordou no sábado (18) em realizar uma nova rodada de negociações comerciais “o mais rápido possível”, após uma videoconferência “franca e construtiva” entre o vice-premiê He Lifeng e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.