O governo israelense decidiu restabelecer o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza após o fim dos bombardeios que ocorreram neste domingo (19) contra o enclave, de acordo com a mídia local.
Segundo o jornal Ynet, “o fluxo de caminhões será retomado quando os bombardeios cessarem”. Contudo, a passagem fronteiriça de Rafah permanecerá fechada até que o Hamas devolva os corpos de 16 reféns.
Violação do cessar-fogo e ataques
A emissora Canal 12 adiantou que o Executivo seguiu uma recomendação do Exército para suspender temporariamente a entrada de ajuda humanitária. A suspensão foi motivada por confrontos registrados em Rafah, no sul de Gaza, entre soldados israelenses e supostos policiais do Hamas — um episódio que o movimento nega.
O Exército israelense acusou o Hamas de violar o cessar-fogo e, em resposta, lançou uma série de ataques por toda a Faixa de Gaza. Fontes locais indicam que os bombardeios provocaram dezenas de mortos.
Na mesma noite, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou ter restaurado a trégua, assegurando que “continuará a aplicar o acordo de cessar-fogo e responderá firmemente a qualquer violação do mesmo”.
Histórico da ajuda em Gaza
Os dados da ONU indicam que mais de dois milhões de habitantes de Gaza continuam dependentes de ajuda externa para sobreviver. O território está devastado após dois anos de guerra e sucessivas restrições impostas por Israel.
Durante o cessar-fogo anterior, que vigorou entre 19 de janeiro e 18 de março deste ano, Israel manteve um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária em Gaza por 11 semanas, tendo o acesso sido restabelecido apenas em 19 de maio.