O coronel Michael Randrianirina, líder do golpe de Estado em Madagascar, foi empossado como presidente nesta sexta-feira (17) em uma cerimônia na Alta Corte Constitucional, marcada por aplausos e espadas erguidas. Ele assume o controle da nação insular dias após protestos da Geração Z forçarem a saída do seu antecessor.
O ex-líder, Andry Rajoelina, que fugiu para o exterior e teve o impeachment votado pelos parlamentares, condenou a tomada de poder e se recusou a renunciar enquanto estava no exílio. No entanto, a Alta Corte Constitucional ratificou a tomada de poder pelo Exército poucas horas após o ocorrido.
Em seu juramento, Randrianirina prometeu “cumprir de forma plena, completa e justa as altas responsabilidades” do cargo e dedicar todas as suas forças para “defender e fortalecer a unidade nacional e os direitos humanos”.
Reações internacionais e da Geração Z
A União Africana e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenaram o golpe. O movimento ocorreu após semanas de protestos iniciados pela Geração Z, desencadeados pela grave e crônica escassez de energia e água no país.
Apesar de aplaudirem a saída de Rajoelina, que chegou ao poder em um golpe em 2009, alguns dos jovens manifestantes já expressam dúvidas sobre a rapidez da intervenção militar e não consideram seu trabalho concluído.
A estudante Mioty Andrianambinintsoa, de 18 anos, afirmou: “Nossos objetivos não foram alcançados”. Outro manifestante, Francko Ramananvarivo, de 23 anos, complementou que o objetivo é “ser liderado por um governo que esteja próximo do povo”.
Randrianirina declarou que um comitê liderado pelos militares governará por até dois anos ao lado de um governo de transição antes de organizar novas eleições.