O líder exilado do Hamas, Khalil Al-Hayya, anunciou nesta quinta-feira (09) ter recebido garantias dos Estados Unidos, mediadores árabes e da Turquia de que a guerra em Gaza chegou ao fim. O grupo palestino confirmou o alcance de um acordo para cessar-fogo permanente e o início da retirada das forças de ocupação israelenses da região.
Termos do acordo e retirada de tropas
Khalil Al-Hayya, em discurso televisionado, afirmou: “Hoje, anunciamos que o acordo foi alcançado para pôr fim à guerra e à agressão contra o nosso povo e iniciar a implementação de um cessar-fogo permanente e a retirada das forças de ocupação”.
O acordo prevê:
O fim da guerra e o cessar-fogo permanente.
A retirada das forças militares israelenses de Gaza.
A abertura da passagem de Rafah em ambas as direções.
A libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.
De acordo com uma cópia do documento obtida pela CNN, no prazo de 24 horas após a aprovação do plano pelo governo de Israel, as forças militares israelenses devem se posicionar ao longo da Linha Amarela, a linha inicial proposta para a retirada.
Libertação de reféns e prisioneiros
A resolução a ser votada pelas autoridades israelenses detalha os prazos de libertação. O presidente norte-americano, Donald Trump, principal arquiteto do cessar-fogo, já afirmou que os reféns deverão ser libertados na segunda ou terça-feira da próxima semana, e ele deve visitar o Egito e Israel no domingo.
Reféns: No prazo de 72 horas após a retirada das tropas, 20 reféns israelenses vivos e 28 reféns falecidos (incluindo quatro não israelenses) serão libertados do cativeiro em Gaza.
Prisioneiros Palestinos: Em troca, Israel iniciará a libertação de prisioneiros, o que inclui:
250 palestinos condenados à prisão perpétua, que serão libertados mediante acordo de expulsão para Gaza ou para o exterior e de não regresso a Israel.
1.700 residentes de Gaza e 22 menores detidos após 7 de outubro, não envolvidos nos ataques.
Os corpos de 360 pessoas designadas como “terroristas” também serão devolvidos.
A decisão final sobre o acordo é aguardada nas próximas horas, mediante a votação do governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu.
Ponto de discórdia
Apesar do acordo, Osama Hamdan, outro líder do Hamas, afirmou que o grupo não aceita o desarmamento e que precisam de armas e de resistência. O desarmamento era uma das condições exigidas por Israel para o cessar-fogo.