O grupo Hamas informou nesta quarta-feira, 8 de outubro, que entregou uma lista contendo os nomes de prisioneiros palestinos que fazem parte de um acordo para a troca por reféns israelenses. O grupo militante palestino expressou otimismo sobre o avanço das negociações, que buscam um fim para o conflito na Faixa de Gaza.
As discussões estão ocorrendo de forma indireta na cidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh e contam com a expectativa de que o genro e o enviado do presidente dos EUA, Donald Trump, se juntem às conversas de paz.
Focos das negociações
As negociações indiretas se concentram em três mecanismos principais:
Mecanismos para interromper o conflito de forma abrangente.
Retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza.
Acordo de troca de reféns por prisioneiros palestinos.
As discussões giram em torno de um plano de 20 pontos apresentado por Trump, que é visto como a maior aproximação diplomática de um fim do conflito. No entanto, uma fonte palestina próxima às negociações indicou que a principal divergência se mantém: o Hamas não está disposto a discutir o seu desarmamento.
A data de implementação da primeira fase da iniciativa de Trump ainda não foi definida, apesar do otimismo do presidente dos EUA, que expressou satisfação com o progresso das conversas.
Envolvimento Internacional e Pós-Guerra
Além da equipe norte-americana, a rodada de negociações conta com a presença de figuras importantes, incluindo o primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, e o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. O mestre espião turco Ibrahim Kalin, cuja Turquia possui contatos próximos com o Hamas, também está participando.
Paralelamente, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, participará de uma reunião ministerial em Paris na quinta-feira (9) com países árabes e europeus. O objetivo é discutir a transição pós-guerra de Gaza e avaliar os compromissos coletivos para a implementação do plano Trump.
O plano do presidente dos EUA prevê a criação de um organismo internacional, liderado por ele e incluindo o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, para administrar Gaza após o fim do conflito.
Ofensiva e Crise Humanitária
Apesar das negociações, Israel continuou com sua ofensiva em Gaza, embora os ataques à Cidade de Gaza tenham sido reduzidos a pedido de Trump. O Ministério da Saúde de Gaza reportou que os disparos israelenses mataram pelo menos oito pessoas no enclave nas últimas 24 horas.
A crise humanitária se agrava com a chegada do inverno, deslocamento em massa de moradores e escassez de suprimentos essenciais. O presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou que a pressão deve ser colocada também sobre Israel, que ele considera o principal obstáculo à paz.