O Governo da Turquia acusou Israel, nesta quarta-feira, 8 de outubro, de ter cometido um ato de pirataria internacional. A acusação se deve à interceção de uma nova flotilha internacional com destino à Faixa de Gaza, resultando na detenção de 140 participantes e de nove navios.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, sediado em Ancara, afirmou que a intervenção da Marinha de Guerra israelense, realizada em águas internacionais na manhã de hoje, configura um ato de pirataria.
Os nove navios faziam parte da chamada Flotilha da Liberdade e tinham como objetivo declarado quebrar o bloqueio “ilegal e desumano” imposto por Israel à Faixa de Gaza. A diplomacia turca também ressaltou que parlamentares turcos que participavam da ação de solidariedade foram detidos pelos militares de Israel.
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel confirmou a nova operação de abordagem. Em um breve comunicado divulgado na manhã de hoje, Israel informou que todos os 140 passageiros “estão seguros e com boa saúde”.
O governo israelense anunciou que “se espera que os passageiros sejam deportados imediatamente”.
A tensão envolvendo a flotilha ocorre no contexto da guerra em Gaza, que se iniciou há dois anos, em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas contra o território de Israel que causou mais de 1,2 mil mortos. A resposta militar em larga escala de Israel resultou em mais de 60 mil mortos até o momento.
Além da campanha militar, Israel mantém o bloqueio ao território, o que restringe o acesso a alimentos e medicamentos à população civil e destruiu praticamente toda a infraestrutura básica de Gaza.