As delegações de Israel e do Hamas iniciaram nesta segunda-feira, 6 de outubro, negociações indiretas no Egito, com o objetivo de finalizar um acordo para a libertação de reféns e o fim da guerra de quase dois anos em Gaza. O encontro ocorre na cidade turística de Sharm el-Sheikh e conta com a participação do enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff.
A prioridade das negociações de cessar-fogo em Gaza é a primeira fase do plano do presidente norte-americano, Donald Trump. Conforme o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, esta etapa prevê a troca dos 48 reféns restantes detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos mantidos em Israel.
O presidente dos EUA, Donald Trump, utilizou as redes sociais na noite de domingo, 5 de outubro, para incentivar a celeridade dos negociadores. Trump pediu que os participantes “ajam rapidamente” e expressou a expectativa de que a primeira fase do acordo “deverá estar concluída esta semana”.
O otimismo em torno de um possível cessar-fogo tem aumentado, com líderes ocidentais e árabes manifestando apoio ao plano norte-americano. O chanceler alemão, Friedrich Merz, por exemplo, telefonou ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para manifestar apoio ao plano, classificando-o como “a melhor hipótese para a paz”.
O plano dos EUA, anunciado em 29 de setembro, estipula uma série de etapas para o fim do conflito. Inclui um cessar-fogo, a libertação dos reféns em um prazo de 72 horas, a retirada gradual do Exército israelense de Gaza e o desarmamento do Hamas. Em contrapartida, Israel libertaria mais de mil prisioneiros palestinos.
Apesar do otimismo, o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, alertou em entrevista à TV ABC que as negociações ainda podem falhar devido à logística e aos detalhes da libertação dos reféns que precisam ser acertados. Além disso, Rubio destacou desafios de longo prazo, como a criação de um organismo governamental tecnocrático para supervisionar Gaza, substituindo o Hamas.
Apesar do pedido de Trump para que Israel interrompa os ataques e continue apenas com “operações defensivas”, os bombardeamentos israelenses em Gaza prosseguiram. Nas últimas 24 horas, 63 pessoas foram mortas no território, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
De acordo com o porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, as conversações no Egito estariam “limitadas a alguns dias, no máximo”. O alto funcionário do Hamas Khalil al-Hayya, vice-chefe do gabinete político, lidera a delegação palestina nas conversas, demonstrando interesse em finalizar o processo de troca.