Mais de 150 mil funcionários federais deixarão a folha de pagamento do governo dos Estados Unidos (EUA) nesta semana. Eles aderiram a um programa de demissão voluntária — o maior êxodo de servidores públicos em um único ano em quase 80 anos. As demissões, que começam nesta terça-feira, 30 de setembro de 2025, em Washington, são parte da iniciativa do presidente Donald Trump para reduzir a força de trabalho federal, combinando incentivos financeiros e ameaças de demissão.
Sindicatos e especialistas alertam que essa saída em massa representa uma “fuga de cérebros” e uma perda prejudicial de conhecimento institucional.
Perda de experiência e impacto nos serviços
Don Moynihan, professor da Ford School of Public Policy da Universidade de Michigan, destacou que o maior impacto será a perda de funcionários públicos experientes. “São necessários anos para desenvolver conhecimento e experiência profundos para executar os programas do governo que essas pessoas administram. Agora, grande parte do conhecimento está saindo pela porta”, afirmou Moynihan.
O êxodo afetou negativamente uma ampla gama de atividades governamentais e o atendimento ao público norte-americano. Entre os serviços impactados estão:
Previsão do tempo: O Serviço Nacional de Meteorologia demitiu cerca de 200 pessoas, perdendo equipes técnicas e meteorologistas experientes.
Programas espaciais: Cerca de 4 mil funcionários da Nasa aceitaram os programas de demissão voluntária, segundo Matt Biggs, presidente de um sindicato que representa engenheiros e cientistas da agência espacial. “A agência está perdendo alguns dos mais brilhantes engenheiros e cientistas aeronáuticos do mundo, e eles não estão sendo substituídos”, disse Biggs.
O programa de demissão voluntária, aceito por 154 mil trabalhadores, foi uma das pedras angulares da administração Trump, que argumenta que a força de trabalho federal se tornou ineficiente.