O engajamento do Brasil na Semana do Clima em Nova York e a liderança do país rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro, foram avaliados positivamente por organizações sociais. Segundo a conciliadora da Coalizão Brasil, Karen Oliveira, o evento em Nova York registrou um alto nível de participação de delegações, empresas e sociedade civil.
Especialistas em clima, como Alexandre Prado, da WWF-Brasil, destacam a tradição diplomática do Brasil em construir pontes entre nações com visões diferentes. Eles comparam o atual momento com a Eco92, no Rio de Janeiro, que resultou nas convenções da ONU sobre clima, biodiversidade e desertificação.
Desafios e o papel do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou a relevância do tema na agenda do governo com sua intensa participação, incluindo um discurso na Assembleia Geral, a apresentação de uma nova ferramenta de financiamento climático e a mobilização de Estados-membros. O Brasil também apresentou suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são os compromissos de redução de emissões.
Apesar da atuação, a diretora Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa, aponta que o Brasil ainda enfrenta contradições, como o alto índice de intenção de expandir a produção de petróleo, o que conflita com as metas climáticas.
Mesmo assim, especialistas consideram que a capacidade de mobilização global do Brasil pode levar a avanços significativos. Eles citam o Protocolo de Montreal, que resultou na recuperação da camada de ozônio, como exemplo de que o multilateralismo é a única forma de garantir um planeta habitável para as futuras gerações.