Uma amostra de rocha coletada pelo rover Perseverance da NASA, em Marte, revelou possíveis sinais de vida microbiana antiga, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Nature nesta quarta-feira (10). Os cientistas explicam que a amostra, retirada de uma rocha sedimentar com bilhões de anos de idade, contém minerais que podem ter sido formados por processos biológicos.
A descoberta é considerada uma das evidências mais significativas até o momento sobre a possibilidade de vida no planeta vermelho. Desde 2021, o robô da NASA explora a Cratera de Jezero, uma antiga bacia lacustre, em busca de vestígios de vida antiga. O cientista Joel Hurowitz, da Universidade Stony Brook, que liderou o estudo, afirmou que uma “bioassinatura potencial” foi encontrada.
Descoberta de minerais
A potencial vida em Marte se manifestou através da presença de dois minerais: a vivianita (fosfato de ferro) e a greigita (sulfeto de ferro). De acordo com Hurowitz, esses minerais parecem ter sido formados por reações químicas entre a matéria orgânica e a lama no fundo do lago. Na Terra, reações semelhantes são frequentemente impulsionadas pela atividade de micróbios.
O pesquisador ressaltou que não é possível afirmar que os minerais são uma bioassinatura definitiva, já que processos químicos não biológicos também poderiam ter causado reações semelhantes. A amostra do Cânion Safira, coletada pelo Perseverance, fornece um novo exemplo de bioassinatura potencial que a comunidade científica poderá estudar em detalhes.
Próximos passos da pesquisa
O futuro da pesquisa dependerá da análise da amostra na Terra, caso ela seja trazida de volta por missões futuras. A análise mais aprofundada poderá ajudar os cientistas a determinar se as características encontradas na rocha foram, de fato, formadas por vida.
O planeta Marte já foi um lugar com água líquida em sua superfície no passado distante, e os cientistas suspeitam que a vida microbiana pode ter existido na Cratera de Jezero, onde canais fluviais formaram um lago há mais de 3,5 bilhões de anos.