O Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) emitiu um alerta nesta quinta-feira, 11 de setembro de 2025, sobre a rápida disseminação do fungo Candidozyma auris em hospitais. A instituição pediu medidas urgentes para conter a proliferação. De acordo com o ECDC, o fungo é resistente a medicamentos e representa uma séria ameaça à saúde e aos sistemas de saúde.
Entre 2013 e 2023, foram registrados mais de 4 mil casos na União Europeia e no Espaço Econômico Europeu (UE/EEE), com um aumento significativo em 2023, ano que registrou 1.346 casos em 18 países. A ECDC reforça a necessidade de detecção precoce para evitar a transmissão.
Ameaça e rápido avanço
O C. auris espalha-se principalmente em unidades de saúde e pode causar infecções graves em pacientes em estado crítico. O controle é difícil devido à sua capacidade de persistir em superfícies e equipamentos. Diamantis Plachouras, do ECDC, destacou que o fungo passou de casos isolados para uma disseminação generalizada em apenas alguns anos.
Espanha, Grécia, Itália, Romênia e Alemanha registraram a maioria dos casos na última década. No entanto, o ECDC aponta que vários países, incluindo Chipre e França, enfrentam agora surtos recentes. Portugal, por outro lado, teve apenas quatro casos em 2023, em contraste com a Espanha, que registrou 1.807, e a Grécia, com 852.
Gargalos na prevenção
O relatório do ECDC também identificou falhas na vigilância e na preparação para o controle de infecções. Segundo a pesquisa, apenas 17 dos 36 países participantes possuem um sistema nacional de vigilância para o fungo C. auris. Além disso, somente 15 desenvolveram diretrizes nacionais específicas para prevenção. A ausência de uma vigilância sistemática pode significar que há mais casos não registrados.
Apesar dos desafios, alguns países demonstraram sucesso na contenção dos surtos, provando que a detecção precoce e o controle rápido e coordenado podem prevenir novas transmissões.