A população palestina da Cidade de Gaza viveu momentos de pânico nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, após receber folhetos aéreos de Israel ordenando a evacuação da área. A ação intensificou a tensão em meio à expectativa de um grande ataque militar israelense, com o objetivo de “obliterar” os últimos redutos do grupo militante Hamas no enclave.
Em um discurso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu aos moradores que “aproveitem a oportunidade e saiam de lá!”. A ordem, no entanto, gerou confusão e desespero, já que os moradores afirmam não haver lugar seguro para fugir, com bombardeios atingindo inclusive áreas no sul da Faixa de Gaza.
Crise e acusações de genocídio
A ansiedade se espalhou entre os palestinos, muitos dos quais já foram deslocados várias vezes desde o início da guerra. O deslocamento tem um significado profundo, pois a população teme a repetição da “Nakba”, a “catástrofe” de 1948, quando centenas de milhares de pessoas foram expulsas de suas terras durante a criação de Israel.
A campanha militar israelense, que já dura quase dois anos, resultou na morte de mais de 64 mil pessoas, de acordo com as autoridades locais. Israel é acusado de genocídio, uma acusação que o governo rejeita, afirmando agir em autodefesa após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e resultou na captura de 251 reféns.
A crise humanitária na Faixa de Gaza se agravou, e a população enfrenta a escassez de alimentos e suprimentos. As autoridades de saúde da região anunciaram a evacuação dos dois principais hospitais operacionais da Cidade de Gaza, Al Shifa e Al Ahli, mas os médicos afirmaram que não deixarão seus pacientes.