O Parlamento da França votou a favor da queda do governo de François Bayrou nesta segunda-feira, 8 de setembro de 2025, aprofundando a crise política no país. O voto de desconfiança foi motivado por divergências sobre o plano do governo para controlar a crescente dívida nacional, que se aproxima do dobro do limite da União Europeia.
Com a decisão, o presidente Emmanuel Macron terá que buscar seu quinto primeiro-ministro em menos de dois anos. Seu gabinete informou que a nomeação ocorrerá nos próximos dias. A principal missão do novo premiê será a aprovação do orçamento, um desafio em meio a um Parlamento altamente dividido.
Oposição e desafios fiscais
Antes da votação, François Bayrou, que estava no cargo há apenas nove meses, tentou obter apoio para a sua estratégia de corte de gastos, mas o plano de economizar 44 bilhões de euros não foi bem recebido pela oposição. O ex-premiê alertou que, apesar da queda do governo, a realidade fiscal do país continuará sendo um problema.
A líder da extrema-direita Marine Le Pen e o líder da extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon defenderam a dissolução do Parlamento e a renúncia de Macron. A crise política e fiscal da França preocupa a União Europeia, já que o país tem o maior déficit em relação ao PIB na zona do euro, e um rebaixamento na classificação de risco poderia dificultar a captação de recursos.
Apesar da pressão, Macron tem resistido à ideia de convocar uma eleição antecipada, enquanto a população e os sindicatos se preparam para protestos contra a instabilidade política e a situação econômica.