O beato Carlo Acutis foi canonizado neste domingo, 7 de setembro de 2025, em uma cerimônia realizada no Vaticano. O jovem, que morreu aos 15 anos de idade de leucemia, é considerado o primeiro santo da geração millennial, que inclui pessoas nascidas entre as décadas de 1980 e 1990.
A cerimônia foi a primeira presidida pelo Papa Leão XIV desde que assumiu seu pontificado em maio deste ano, após a morte do Papa Francisco. O evento, agendado para as 10h no horário local (5h no horário de Brasília), marcou a culminância de um processo que começou com a beatificação de Acutis. A canonização havia sido adiada por cinco meses, tendo sido inicialmente planejada para o dia 27 de abril, mas postergada devido à morte de Francisco.
Acutis é popularmente conhecido como o padroeiro da internet, um reconhecimento de seu uso das mídias digitais para evangelizar. Nascido em Londres em 1991, mas criado em Milão, o jovem demonstrava afinidade com a tecnologia e a fé. Ele usou seu conhecimento em engenharia da computação para criar um site dedicado à divulgação de milagres eucarísticos e aparições de Maria, aprovadas pela Igreja. Sua vida de fé começou cedo, com a primeira comunhão aos 7 anos, e ele se destacava por sua dedicação em assistir à missa diariamente e ajudar os necessitados.
A santidade e os milagres de Carlo Acutis
A canonização de Carlo Acutis foi impulsionada pelo reconhecimento de dois milagres atribuídos a ele. O primeiro, que levou à sua beatificação, aconteceu em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, em 2013. Um menino de 3 anos, Matheus Vianna, que sofria de uma doença congênita no pâncreas, foi curado de forma inexplicável após tocar uma relíquia de Acutis.
O segundo milagre ocorreu em 2022 e envolveu a jovem costa-riquenha Valéria Valverde. Após sofrer um grave acidente de bicicleta em Florença, a mãe de Valéria realizou uma peregrinação ao túmulo de Carlo em Assis para orar pela cura da filha. No mesmo dia da peregrinação, a jovem apresentou uma recuperação milagrosa e começou a respirar sem o auxílio de aparelhos.
O processo de canonização
De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o processo de canonização na Igreja Católica Romana é rigoroso e inclui diversas etapas.
Fase Diocesana: Inicia-se com o bispo local investigando a vida e a reputação de santidade do candidato.
Fase Romana: O processo é transferido para o Vaticano, onde é analisado por peritos teólogos e médicos.
Beatificação: Ocorre com a comprovação de um milagre atribuído ao candidato, que então recebe o título de beato.
Canonização: Requer um segundo milagre, comprovado após a beatificação, para que o papa possa formalmente proclamar a pessoa como santa, permitindo sua devoção em toda a Igreja.