A maioria dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) manifestou “profunda preocupação” com a presença militar de nações “extra-regionais” no Caribe. O comunicado faz uma referência direta ao envio de navios e militares dos Estados Unidos para a costa da Venezuela. O Brasil, o México e a Colômbia estão entre os signatários do documento. Argentina, Equador, Peru e Paraguai não assinaram o texto.
O comunicado reafirma que a América Latina e o Caribe são uma “Zona de Paz”, comprometendo-se com a resolução pacífica de conflitos e o respeito à soberania. Essa nota é publicada em um momento de aumento nas tensões entre Estados Unidos e Venezuela. O governo do presidente Donald Trump justificou a movimentação militar como uma ação de combate ao narcotráfico, enquanto acusa o governo venezuelano de liderar um cartel de drogas.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nega as acusações, classificando-as como uma tentativa de “mudança de regime”. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil também rejeitaram a tese de que o país seja um “narcoestado”. A tensão escalou após o Pentágono acusar a Venezuela de sobrevoar com aeronaves militares perto de um navio norte-americano. Em resposta, os Estados Unidos enviaram 10 caças F-35 para Porto Rico.
Enquanto isso, o governo de Maduro iniciou a convocação de civis para se alistarem nas Milícias Bolivarianas. Paralelamente, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, visitou México e Equador, onde continuou a criticar Maduro e descartou relatórios da ONU que contradizem as acusações de narcotráfico contra a Venezuela. A Venezuela, por sua vez, ironizou a parceria de combate às drogas com o Equador, associando o presidente equatoriano ao tráfico por meio da exportação de bananas.
Tensão entre EUA e Venezuela
O governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, intensificou sua presença militar no Caribe. Eles enviaram navios e submarinos para a costa da Venezuela, alegando a necessidade de combate ao tráfico de drogas. A Venezuela, por sua vez, acusa os EUA de usarem o combate ao narcotráfico como pretexto para uma intervenção militar e uma tentativa de “troca de regime”.
Reações na Celac
A maioria dos países da Celac, incluindo potências regionais como Brasil e México, reagiu com preocupação. O documento assinado por eles reforça a postura da região como uma Zona de Paz e defende a solução de conflitos por meio do diálogo e do multilateralismo, sem o uso de força. A minoria de países que se recusou a assinar a nota inclui Argentina, Equador, Paraguai e Peru.
Escalada de acusações
O Pentágono denunciou que aeronaves militares venezuelanas sobrevoaram perigosamente perto de um navio dos EUA. Em resposta a esse incidente, os EUA enviaram caças para Porto Rico, aumentando a presença militar na região. A Venezuela ainda não comentou a acusação. Maduro acusou os EUA de usarem inteligência artificial para fabricar um vídeo de ataque a um barco de drogas. Em meio a essas tensões, Maduro iniciou a convocação de civis para as Milícias Bolivarianas, afirmando que o país terá 8 milhões de pessoas alistadas nessas forças.