As famílias dos reféns israelenses mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza realizaram uma série de manifestações em Israel, nesta sexta-feira (5), para protestar contra a ofensiva militar do governo no Norte do enclave palestino. Organizados pelo Fórum das Famílias dos Reféns, os protestos marcam os 700 dias do início do conflito. Em comunicado, o Fórum lamentou que os 48 reféns restantes correm o risco de “serem mortos e perdidos para sempre nas ruínas de Gaza”.
Em um dos atos, ativistas na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, exibiram uma placa com a palavra “SOS”, acompanhada de uma ampulheta, simbolizando que o tempo para um acordo está se esgotando. Em outra manifestação, a ex-refém Arbel Yehud lembrou de sua experiência e ressaltou que “cada minuto é uma eternidade e cada segundo coloca em perigo a vida dos reféns”.
Hamas divulga novo vídeo
Na quinta-feira (4), o grupo Hamas divulgou um vídeo com imagens de dois reféns. As imagens mostram um deles em um carro, pedindo diretamente ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que não realize a ofensiva contra a Cidade de Gaza. A agência de notícias EFE identificou os reféns como Guy Gilboa-Dalal e Evyatar Daviv.
O Exército israelense alertou as famílias sobre a intensificação do “terrorismo psicológico” por parte do Hamas, com a divulgação de mais vídeos para pressionar o governo. O Exército indicou, ainda, que a nova ofensiva militar aumenta a probabilidade de os reféns serem feridos ou mortos.
O conflito
A ofensiva de Israel em Gaza teve início em 7 de outubro de 2023, após ataques do Hamas em território israelense que resultaram na morte de 1,2 mil pessoas e na captura de 251 reféns. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, a resposta militar israelense matou mais de 64 mil palestinos. Países como a África do Sul e organizações de direitos humanos denunciaram a ofensiva perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) como genocídio.