O Congresso da Argentina derrubou, nesta quinta-feira (4), o primeiro veto do presidente Javier Milei desde o início de seu governo. O ato aumenta a pressão sobre o líder liberal, que enfrenta oposição à sua política de austeridade. Com 63 votos a favor e 7 contra, o Senado ratificou a rejeição ao veto de Milei a um projeto de lei que eleva os gastos e a proteção para pessoas com deficiência.
A decisão do Senado acontece após a Câmara dos Deputados, controlada pela oposição, já ter rejeitado o veto em agosto. Javier Milei justificou a medida de veto, argumentando que o projeto de lei ameaça o equilíbrio fiscal do país, uma de suas principais pautas de governo.
Crise e eleições
A derrota de Milei no Congresso coincide com a divulgação de gravações de áudio que supostamente mostram o ex-chefe da agência para pessoas com deficiência, Diego Spagnuolo, discutindo propina e mencionando a chefe de gabinete e irmã do presidente, Karina Milei. Spagnuolo foi demitido logo após a veiculação das notícias, e o presidente classificou as acusações como “mentira”.
O resultado no Congresso acontece às vésperas de importantes eleições legislativas na província de Buenos Aires e de meio de mandato em outubro. Atualmente com uma pequena minoria no Congresso, o partido de Milei precisa conquistar mais assentos para garantir a aprovação de suas políticas. A última vez que um veto presidencial foi totalmente derrubado na Argentina foi em 2003, durante o governo de Eduardo Duhalde.