O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, iniciou uma viagem à América Latina, com paradas no México e Equador, para discutir o combate ao tráfico de drogas. A visita ocorre em um contexto de crescentes tensões, com os EUA ameaçando a Venezuela com uma possível intervenção militar. A Casa Branca acusa o governo venezuelano de liderar um cartel de drogas, uma alegação que tem sido rejeitada por especialistas.
Segundo o Departamento de Estado americano, a agenda de Rubio inclui o combate a “ameaças narcoterroristas”, o tráfico de fentanil e a imigração ilegal. No México, a presidente Claudia Sheinbaum descartou uma intervenção direta dos EUA em território mexicano, defendendo a colaboração entre as nações em condições de igualdade.
Venezuela se prepara para possível ataque
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que seu país está pronto para um possível ataque. Ele alegou que os EUA mobilizaram oito navios de guerra e um submarino nuclear na costa venezuelana, o que ele classificou como a maior ameaça ao país em 100 anos. Maduro acusa Rubio de tentar arrastar o governo de Donald Trump para uma guerra na região, com o pretexto de combater o narcotráfico.
Em agosto, Washington dobrou a recompensa para US$ 50 milhões por informações que levem à captura de Maduro, sob a mesma acusação de narcotráfico. O presidente venezuelano rebateu, apontando que a Colômbia, Equador e Peru são as principais rotas do tráfico e que os EUA não mobilizaram frotas nesses países.
Parceria com Equador
Após o México, Marco Rubio seguirá para o Equador para se encontrar com o presidente Daniel Noboa. O governo de Noboa se alinha com a política dos EUA para a América Latina e tem intensificado o combate ao crime organizado, com a militarização da segurança pública. O presidente equatoriano planeja uma consulta popular para eliminar a proibição de bases militares estrangeiras em seu território.
Maduro questionou a parceria dos EUA com o Equador, citando relatórios da ONU e da União Europeia que apontam o país como uma das principais rotas da cocaína. Ele acusou a família do presidente Noboa, dona da maior empresa de exportação de bananas, de estar envolvida no tráfico de drogas.