Grupos de ajuda humanitária internacionais afirmam que não conseguiram entregar materiais para abrigos na Faixa de Gaza, mesmo após o governo israelense anunciar a suspensão das restrições. A demora pode aumentar o risco de morte para a população palestina, que já sofre com a falta de moradia adequada. As organizações de ajuda relatam que Israel bloqueia a entrada desses materiais há quase seis meses.
O porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Jens Laerke, afirmou que a ONU e seus parceiros não conseguiram transportar os materiais e que uma série de “impedimentos” ainda precisam ser resolvidos, incluindo a liberação alfandegária israelense. Outras ONGs, como a Care International e a ShelterBox, confirmaram as dificuldades e a falta de autorização para entregar os suprimentos.
Crise de moradia se agrava
Com mais de 1,3 milhão de habitantes de Gaza sem barracas, a situação é desesperadora. Muitos vivem em tendas precárias feitas de lona e sucata, ou até mesmo nos escombros de suas casas.
Ibrahim Tabassi, de 55 anos, que vive em Khan Younis, no sul de Gaza, descreveu a situação como insustentável. “A vida na tenda não é vida alguma… Não há banheiro adequado, nem mesmo um lugar decente para sentar. Acabamos sentados na rua, sufocando com o calor”, disse ele, que divide uma tenda apertada com outros nove familiares.
O órgão militar israelense Cogat, que coordena a ajuda, não respondeu aos questionamentos da agência de notícias Reuters sobre o tema. A agência já havia negado a restrição de suprimentos no passado, afirmando que se esforça para garantir que a ajuda chegue a Gaza.
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