O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou a revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares. A medida, divulgada nesta quarta-feira (13), foi tomada por cumplicidade com o que o governo norte-americano classifica como “trabalho forçado do governo cubano” no âmbito do programa Mais Médicos. O secretário de Estado, Marco Rubio, mencionou nominalmente os funcionários afetados.
Os vistos revogados pertencem a Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde. Segundo o comunicado, a atuação de ambos foi crucial na implementação do programa durante a primeira gestão do ministro da Saúde Alexandre Padilha. Em resposta à sanção, Padilha defendeu o Mais Médicos, reforçando que o programa “salva vidas” e que a decisão é um “ataque injustificável” a profissionais que se dedicam à saúde pública. Ele garantiu que o programa continuará, independentemente das perseguições.
O programa Mais Médicos, criado em 2013, contratou médicos cubanos via cooperação com a Opas até 2018 para atender áreas remotas do Brasil. Em 2023, a iniciativa foi relançada com o foco em profissionais brasileiros. Esta revogação de vistos segue uma linha de sanções anteriores dos EUA. Em julho, o governo Trump também havia revogado os vistos do ministro do STF Alexandre de Moraes e de seus familiares, alegando perseguição política a Jair Bolsonaro após uma operação da Polícia Federal.