A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, descartou demissões no Brasil para este ano. A empresa, que escapou do “tarifaço” de 50% dos Estados Unidos, está negociando a redução da atual taxação de 10% sobre seus produtos para zero. A informação foi dada em 5 de agosto de 2025 pelo diretor-executivo da companhia, Francisco Gomes Neto, durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre.
A empresa exporta metade de sua produção para os Estados Unidos. Desde abril, a Embraer está submetida a uma tarifa de 10% imposta pelo governo americano. A companhia, no entanto, celebrou a decisão de 30 de julho de 2025, que excluiu aviões, motores e peças de aviação do aumento para 50%, o que teria um impacto muito maior.
O impacto da tarifa e as perspectivas de emprego
Segundo a Embraer, o custo da tarifa de 10% é de cerca de US$ 65 milhões. Este valor já foi incluído nas projeções financeiras da empresa, que mantém sua previsão de entregas para o ano. Por isso, Francisco Gomes Neto garantiu que não há planos de redução de quadro de funcionários. A empresa emprega 18 mil pessoas no Brasil, principalmente em São José dos Campos, São Paulo.
Francisco Gomes Neto se mostra otimista em relação à volta da tarifa zero, que vigorou por 45 anos. Ele cita negociações que ocorrem tanto por meio do governo brasileiro quanto diretamente com as autoridades americanas.
A importância da Embraer para os Estados Unidos
Os Estados Unidos são o principal mercado da Embraer. O país representa 70% da demanda por jatos executivos e 45% das aeronaves comerciais da companhia. O diretor-executivo ressalta que a Embraer emprega quase 3 mil pessoas em solo americano, e até 13 mil, se incluída a cadeia de fornecedores locais.
A empresa planeja investir US$ 500 milhões e criar 5,5 mil empregos até 2030 nos EUA. A Embraer também destaca a importância de seus aviões E175 para a aviação regional americana. A volta da tarifa zero é vista como uma possibilidade real, considerando o saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões para os americanos até 2030.