Os Estados Unidos e o Japão fecham um acordo comercial que diminui as tarifas sobre importações de automóveis e evita novos impostos em troca de um pacote de investimentos e empréstimos significativos para os EUA. O anúncio foi feito em Washington e Tóquio, nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, firmaram um pacto que representa um dos acordos mais expressivos obtidos por Trump desde a imposição de tarifas globais em abril. As informações são da agência Reuters, com reportagem de Trevor Hunnicutt e Mariko Katsumura.
Novas tarifas em vigor
As tarifas existentes sobre o setor automotivo japonês, que responde por mais de um quarto das exportações do Japão para os EUA, serão reduzidas para 15%, contra os 27,5% anteriores. Além disso, as taxas que seriam aplicadas a outros produtos japoneses a partir de 1º de agosto, originalmente de 25%, também cairão para 15%.
Reação do mercado japonês
O anúncio teve um efeito positivo imediato no mercado financeiro japonês. O índice de ações Nikkei, principal referência no Japão, subiu quase 4%, atingindo a máxima em um ano. As ações das montadoras lideraram os ganhos, com a Toyota subindo mais de 14% e a Honda quase 11%.
Líderes celebram o acordo
O presidente Donald Trump celebrou o pacto em sua plataforma Truth Social, classificando-o como “o maior acordo comercial da história com o Japão”. Ele destacou o “momento muito animador para os Estados Unidos da América” e a continuidade de um “ótimo relacionamento com o Japão”. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba, por sua vez, saudou o acordo como “a menor taxa já aplicada entre os países que têm um superávit comercial com os Estados Unidos”.
Detalhes de investimentos
O comércio bilateral entre EUA e Japão atingiu quase US$ 230 bilhões em 2024, com o Japão registrando um superávit comercial próximo de US$ 70 bilhões. Dados do U.S. Census Bureau mostram que o Japão é o quinto maior parceiro comercial dos EUA em bens.
O pacote de investimentos nos EUA, que pode chegar a US$ 550 bilhões, inclui empréstimos e garantias de instituições afiliadas ao governo japonês. O objetivo é permitir que empresas japonesas criem “cadeias de oferta resilientes em setores-chave como o farmacêutico e o de semicondutores”, afirmou Ishiba. Além disso, o Japão aumentará as compras de produtos agrícolas, como o arroz dos EUA, sem “sacrificar” a agricultura japonesa.