SEXTA-FEIRA, 19/12/2025

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Ameaças de Trump não devem frear comércio do Brics em moedas locais, avaliam Especialistas

Declaração final do encontro do Brics defende ordem mundial mais justa e experts veem avanço da desdolarização.

Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil - 20

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Ameaças de Trump não devem frear comércio do Brics em moedas locais, avaliam Especialistas
Tomaz Silva/Agência Brasil

As recentes ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não devem impedir o avanço das relações comerciais entre os países do Brics, que buscam priorizar suas moedas locais em detrimento do dólar. Essa é a avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Brasil, após a divulgação da Declaração do Rio de Janeiro, documento final da 17ª Reunião de Cúpula do Brics, que defende uma ordem mundial “mais justa”. Trump ameaçou impor taxas extras a produtos de nações que se alinhem ao grupo de 11 membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A ameaça foi publicada em seu perfil na rede Truth Social.

Para o professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Belluzzo, a iniciativa de Trump “não vai ser bem-sucedida”. Ele explica que os países sentem o impacto da flutuação constante do dólar como moeda base do comércio global e buscam reduzir esses efeitos em suas economias. Essa busca por alternativas não é nova, e as negociações bilaterais que priorizam moedas locais já estão em curso e devem prosseguir.

“Os países do Brics não estão buscando a criação de uma outra moeda reserva. Eles estão, na verdade, tentando estabelecer relações em suas moedas. São os acordos bilaterais, como a China e o Brasil, a China e a Índia, etc. São acordos bilaterais que escapam às determinações do dólar”, esclarece Belluzzo. Ele acrescenta que, dessa forma, “você vai criando uma zona monetária em que as moedas nacionais é que funcionam como meios de pagamento”.

Impacto Limitado das Ameaças de Trump

Antonio Jorge Ramalho da Rocha, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), concorda que, por enquanto, as ameaças de Trump não devem ter um impacto significativo. “O atual presidente americano gosta de vociferar ameaças, gerando desconfianças que em nada contribuem para o enfrentamento dos verdadeiros problemas globais. Seu gosto por taxação só trará mais prejuízo à sua própria população e estimulará os demais países a construir agendas que dependam cada vez menos dos EUA.”

De acordo com Rocha, as ações de Trump apenas aceleram a busca por alternativas ao dólar. “No Brics, a discussão sobre o recurso a moedas locais e arranjos monetários contingentes é antiga e visa sobretudo à redução de custos de transação. A redução do uso do dólar estadunidense como moeda de troca e reserva de valor está em curso lentamente, em parte devido às inseguranças criadas pelo governo dos EUA em relação a sua economia. Não se vislumbra uma ‘desdolarização’, mas a redução do uso do dólar, substituído por outras moedas, em especial o Euro, e por arranjos baseados em moedas digitais de bancos centrais. O comportamento do atual governo dos EUA apenas acelera esse processo.”

Proteção e Fortalecimento da Rede Financeira

André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), destaca a importância da tentativa de formar relações bilaterais entre sistemas de pagamentos nacionais. “A ideia é justamente criar uma infraestrutura monetária que permita aos países diminuírem os custos de transação nas operações comerciais e gerar um aprendizado para os países menores, que têm sistemas de pagamentos menos sofisticados, para que eles também vão construindo os seus.”

Segundo Roncaglia, o fortalecimento dessa rede pode inclusive proteger os países em cenários de crise do dólar ou do euro. “No caso de um choque sistêmico em que a hegemonia do dólar e do euro se vejam fragilizadas e o mundo se veja numa situação, vamos dizer assim, sem um norte claro, você ter essa infraestrutura oferece algo muito importante para os países que é a resiliência. Você não ter que passar pelo circuito do dólar em uma situação de crise da moeda americana, te permite proteger a sua economia”.

A Declaração do Rio de Janeiro também aborda o FMI. Os países do Brics pedem procedimentos de gestão aprimorados, incluindo um processo de seleção inclusivo e baseado no mérito, que aumente a diversidade regional e a representação de Países em Desenvolvimento e Mercados Emergentes (PDMEs) na liderança do FMI e do Grupo Banco Mundial (GBM), além de maior participação feminina em cargos gerenciais. Os membros do Brics defendem que o FMI, em um contexto de incerteza e volatilidade, deve permanecer com recursos adequados e agilidade para apoiar efetivamente seus membros, especialmente os mais vulneráveis.

“A gente conseguiu um avanço substancial, que é criar uma carta de uma missão compartilhada dos Brics no sentido da reforma de governança desses órgãos, o que não é fácil dada a heterogeneidade dos países. São países muito diferentes, com ciclos políticos muito diferentes, com estruturas econômicas diferentes, mas a ideia é tentar encontrar um campo comum de atuação”, afirma Roncaglia.

Comunicados do Brics e Futuro das Negociações

O comunicado final dos países do Brics condenou o uso de medidas como sanções comerciais e elevações unilaterais de tarifas como instrumentos políticos, sem mencionar diretamente os Estados Unidos ou o governo Donald Trump. O documento ressalta que o protecionismo comercial, contrário ao direito internacional, prejudica o desenvolvimento de países mais pobres e amplia a desigualdade global, resultando em exclusão digital e desafios ambientais.

O comunicado final dos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do grupo indica progresso na identificação de caminhos para a “interoperabilidade” dos sistemas de pagamentos dos países membros. O documento aponta avanços no estímulo a transações em moedas locais e na redução de custos operacionais, mas não detalha os progressos, uma vez que as negociações continuarão no segundo semestre antes de a Índia assumir a presidência do Brics em 1º de janeiro de 2026.

O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países-membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Países parceiros como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão também participam. Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics começou neste domingo, 6 de julho, no Rio de Janeiro e termina hoje. Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% das exportações brasileiras e forneceram 34% das importações do Brasil.

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