Nesta terça-feira (1º), o Senado dos Estados Unidos aprovou o megapacote de cortes de impostos proposto pelo presidente Donald Trump. O projeto, além de estender os cortes de impostos de 2017 do primeiro mandato de Trump, também prevê redução de outros tributos, aumento de recursos para o controle da imigração e cortes em programas sociais.
A votação foi apertada, com o desempate decidido pelo vice-presidente J.D. Vance. Três senadores republicanos votaram contra o projeto: Thom Tillis (Carolina do Norte), Susan Collins (Maine) e Rand Paul (Kentucky). O texto agora segue para a Câmara dos Deputados para nova votação e, posteriormente, para a sanção presidencial. A expectativa é que a votação na Câmara ocorra já na quarta-feira (2).
As mudanças exatas feitas no pacote para atender às preocupações dos senadores sobre o custo do projeto e seus impactos no sistema de saúde não foram imediatamente divulgadas. Intitulado “One Big Beautiful Bill”, o projeto visa tornar permanentes os cortes nos impostos sobre a renda individual e heranças.
Além disso, o pacote incorpora promessas de campanha de 2024, como a isenção de tributos sobre gorjetas, horas extras e juros de financiamentos de veículos, e uma dedução de US$ 6 mil para idosos com renda anual de até US$ 75 mil. A lei também destina bilhões de dólares para a repressão imigratória e pode revogar incentivos à energia verde instituídos pela administração anterior.
Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso norte-americano (CBO), o pacote deve adicionar aproximadamente US$ 3,3 trilhões à dívida pública dos Estados Unidos, que atualmente é de US$ 36,2 trilhões. Analistas preveem que esse aumento da dívida poderia desacelerar o crescimento econômico e aumentar os custos de empréstimos. O CBO também projeta que o projeto elevaria o limite de endividamento dos EUA em US$ 5 trilhões, adiando a perspectiva de um calote da dívida.
Desde o anúncio do projeto, Trump vinha pressionando os legisladores para que o texto fosse aprovado antes do feriado do Dia da Independência, em 4 de julho. Os democratas se opuseram fortemente ao pacote, argumentando que os cortes de impostos beneficiariam desproporcionalmente os mais ricos, em detrimento de programas sociais essenciais para a população de baixa renda.