Um ataque russo concentrado de drones, com duração de nove minutos, na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, no meio da noite, matou três pessoas e feriu 64, incluindo nove crianças, disseram autoridades ucranianas nesta quarta-feira (11).
O ataque noturno ocorreu após os dois maiores ataques aéreos da Rússia contra a Ucrânia nesta semana, parte dos bombardeios intensificados que Moscou disse serem medidas de retaliação aos recentes ataques de Kiev na Rússia.
Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, resistiu ao avanço em grande escala da Rússia nos primeiros dias da guerra e, desde então, tem sido alvo frequente de ataques de drones, mísseis e bombas aéreas guiadas.
Os ataques intensos de 17 drones em Kharkiv provocaram incêndios em 15 unidades de um prédio de apartamentos de cinco andares e causaram outros danos na cidade próxima à fronteira com a Rússia, disse o prefeito Ihor Terekhov.
“Há ataques diretos a prédios de vários andares, casas particulares, playgrounds, empresas e transporte público”, afirmou Terekhov no aplicativo de mensagens Telegram.
“Cada novo dia agora traz novos golpes desprezíveis da Rússia, e quase todos são reveladores. A Rússia merece maior pressão; literalmente cada golpe que ela dá contra a vida comum, prova que a pressão não é suficiente”, disse o presidente Volodymyr Zelensky no Telegram.
Uma testemunha da Reuters viu equipes de resgate de emergência ajudando a retirar pessoas de prédios danificados e administrando cuidados, enquanto os bombeiros combatiam as chamas no escuro.
Nove dos feridos, incluindo uma menina de 2 anos e um menino de 15, foram hospitalizados, disse Oleh Sinehubov, governador da região de Kharkiv.
No total, os militares ucranianos disseram que a Rússia havia lançado 85 drones durante a noite, 40 dos quais foram abatidos.
Segundo eles, nove foram perdidos — o que significa que os militares ucranianos usaram guerra eletrônica para desviá-los — ou eram simuladores de drones sem ogivas.
“As principais áreas do ataque aéreo são as regiões de Kharkiv, Donetsk e Odessa”, disseram os militares no Telegram.
Não houve comentário imediato da Rússia.
Os dois lados negam ter como alvo civis na guerra que a Rússia lançou contra sua vizinha em fevereiro de 2022. Milhares de civis morreram no conflito, a grande maioria ucranianos.