Uma comissão internacional de inquérito das Nações Unidas afirmou nesta terça-feira (10) que os ataques israelenses contra escolas e locais religiosos e culturais em Gaza constituem crimes de guerra e de extermínio contra a humanidade.
“A destruição generalizada de infraestruturas em Gaza, o desmantelamento do seu sistema educativo e os ataques a locais culturais e religiosos não afetam apenas os palestinos, mas comprometem também o futuro do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação”, conclui a comissão em relatório.
Num comunicado que acompanha o documento, a comissão acusa Israel de ter “aniquilado o sistema educativo de Gaza e destruído mais da metade dos locais religiosos e culturais, em meio à ofensiva generalizada e incessante contra o povo palestino, durante a qual as forças israelenses cometeram crimes de guerra e de extermínio contra a humanidade.
“Temos cada vez mais indícios de que Israel está levando a cabo uma campanha concertada para aniquilar a vida dos palestinos em Gaza”, afirma a presidente da comissão, a sul-africana Navi Pillay, no comunicado.
“O fato de Israel visar a vida educativa, cultural e religiosa do povo palestino prejudicará as gerações atuais e futuras, ao comprometer o seu direito à autodeterminação”, acrescenta a antiga presidente do Tribunal Penal Internacional para Ruanda, juíza no Tribunal Penal Internacional (TPI) e alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A Comissão de Inquérito Internacional Independente, composta por três membros, foi criada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em maio de 2021, para investigar violações do direito internacional em Israel e nos territórios palestinos ocupados.