Relatório sobre o Estado do Clima Europeu em 2024, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Copernicus – serviço de mudanças climáticas da União Europeia (UE) – e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) – destaca os incêndios em Portugal em setembro, que queimaram cerca de um quarto da área atingida na Europa no ano passado: em apenas uma semana foram queimados cerca de 110 mil hectares.
O documento destaca que os extremos no clima (calor e chuva) se aprofundaram no período. O sudeste da Europa viveu a onda de calor mais prolongada já registrada – que ocorreu em julho e provocou incêndios durante 13 dias consecutivos que afetaram 42 mil pessoas.
O relatório revela o impacto dos combustíveis fósseis no continente europeu. Apesar de a Europa estar reduzindo a poluição a uma velocidade mais rápida do que outras grandes economias mundiais, a verdade é que os 12 meses de 2024 foram os mais quentes já registados.
As temperaturas na Europa estão aumentando duas vezes mais rápido do que a média global. A diretora-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM) avisa que as sociedades têm que se adaptar a um mundo mais quente.
Thomas Gelin, ativista climático da organização Greenpeace na Europa, citado pelo jornal eletrônico The Guardian, diz que o relatório demonstra que as áreas da Europa não atingidas pelo calor estão sendo arrastadas pelas cheias.
Rios, chuva e inundações
O relatório sobre o Estado do Clima Europeu em 2024 mostra que quase um terço das redes fluviais europeias ficou inundado. Os rios da Europa Ocidental tiveram alguns dos maiores fluxos de água em 2024.
Por exemplo, os rios Tamisa, no Reino Unido, e Loire, na França, tiveram, durante vários meses, fluxos tão grandes que bateram um recorde de 33 anos.
As cheias observadas na Europa em 2024 têm como exemplos de destruição a Europa Central, em setembro, e o leste de Espanha, em outubro. Estas inundações provocaram a morte de 250 pessoas entre as 335 vítimas das cheias na Europa no período.
As tempestades e as inundações que atingiram o continente no ano passado afetaram 413 mil pessoas, segundo o relatório.
A UE tem como objetivo zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. No entanto, os ambientalistas afirmam que a região terá que atualizar as metas climáticas.