GRAND CRUZ, Pando (BO) – Com previsão de perda das eleições nos nove Departamentos (Estados), apesar de ter vencido em três deles, o Partido do Movimento Ao Socialismo (MAS) do Ex-Presidente Evo Morales e do atual Luiz Arce deve sair do pleito subnacional do próximo domingo 11.
De acordo com prognósticos extraoficiais tirados por setores indígenas e campesinos nas 15 Províncias Integradas que formam cinco municípios (General Frederico Ramón, Madre Di Dios, Abunã, Manurip e Nicolás Suarez), ‘o desgaste sofrido por candidatos apoiados por La Paz, ‘é por conta de más administrações nessas regiões de Alcaides (Prefeitos) ligados e aliados ao MAS’.
Em Nueva Esperanza, a 80 quilômetros de Guayaramerín (Departamento Beni), a ex-Alcadeza Marigarida Jimenez que perdeu a eleição para deputada estadual depois de ficar no cargo por onze anos. Fora do cargo e quase sem influência nas comunidades, ‘ali, os governistas vão ao pleito rachados com apenas o peso do próprio Movimento Ao Socialismo (MAS) a Governo com Miguel Bezerra contra o oposicionista, Germám Ricter do MTS, apoiado pelo MDA (Movimento Democrático Amazônico), PST (Pando Somos Rodos Nós), CID (Coluna de Integração Democrática) e CC (Comunidade Cidadã), este dissidente do Movimento Ao Socialismo (MAS).
No primeiro turno, cinco partidos integravam a aliança que deram a vitória a Luiz Arce a Presidente. No segundo, a insatisfação com Jimenez e demais Alcaides da região, segundo analistas independentes ouvidos por este site de veiculação de notícias, ‘fez pegar de surpresa La Paz com uma ruptura histórica, por causa da forte repressão atribuída a Margarida Jimenez e a seus partidários a ex-aliados que a elegeram por dois mandatos e agora, ao presidente Luiz Arce’.
Ainda assim, parte das lideranças campesinas e indígenas distribuídas nas cinco Províncias situadas ao longo da divisa dos Departamentos Beni e Pando, respectivamente, disseram ‘estamos confiantes na eleição para governador de Miguel Bezerra’ – mesmo saindo sozinho para a disputa que promete ser a a mais acirrada devido à suposta interferência do Governo de La Paz.
Um dos itens que contribuiriam para que ‘acuar opositores’, de acordo com apresentadores de várias emissoras de rádio e TV acreditadas em Guayaramerín na divisa com a homóloga Guajará-Mirim, no lado brasileiro, ‘é o exílio forçado de lideranças campesinas e indígenas de Gran Cruz, Nueva Esperanza, entre outras que enveredaram à floresta (castanhais e seringais) e para o Brasil para não serem transladados a Cobija, sede do Governo Estadual’.
O PORQUÊ DO AUTO-EXÍLIO – O Jornalismo do NEWSRONDÔNIA teve acesso a relatórios de inteligência produzidos por campesinos e indígenas das comunidades afiliadas à Federação Única Dos Trabalhadores Campesinos, em Cobija (Pando). Nos informes, esclarecem que, ‘após denúncias de desvios de conduta da ex-Alcadeza, Margarida Jimenez, na aplicação de dinheiro do Fundo Indígena apara desenvolvimento da agricultura, as perseguições começaram a opositores dela’.
Segundo ainda o documento reservado, a Alcadia, na gestão dela, deixou de investir na melhoria da qualidade de vida da população, não financiou plantio de abacaxi (Pinha), milho e melancia. Em obras, como na reforma de escolas, postos de saúde, água 100% potável, pavimentação e operação de máquinas agrícolas, ‘na disso a gestão de Jimenez priorizou e o pior é que o governo de La Paz, ainda não se posicionou a respeito’, denunciam lideranças locais.
Na ausência da apuração dessas denúncias, com o advento da eleição do próximo dia 11, os bolivianos esperam que, ‘com a previsível possibilidade de alternância nos governos estaduais, talvez, a rotina normal de todos seja retomada’.
Enfim, segundo informações extras chegadas a pouco, o documento remetido à Federação Única dos Trabalhadores Campesinos, em Cobija, o Presidente Luiz Arce já teria conhecimento das denúncias em desfavor de Ex-Alcaides das Províncias. O caso teria sido informado por meio da Diretoria Nacional do Fundo Nacional de Desenvolvimento das Comunidades Campesinas e Indígenas do Governo da Bolívia que, só de 2020 ao primeiro trimestre de 2021 teria repassado cerca de R$ 2,7 milhões para investimentos somente à Alcadia de Nueva Esperanza.