Em nota divulgada nesta quarta-feira (17) o governo do Peru, declarou que por enquanto não permitirá a entrada dos haitianos em solo peruano.
Os refugiados desde o ultimo domingo (17) estão concentrados na Ponte Internacional da Amizade, localizada entre as cidades de Assis Brasil e Iñampari, estado de (Madre de Dios).
O governo peruano disse que a proibição, ocorre por conta do bloqueio das suas fronteiras, já que desde o surto da pandemia do novo coronavírus o país resolveu adotar medidas rígidas para frear os casos da Covid-19 em seu território. Desde o surto pandêmico o Perú tinha até o fechamento desta reportagem [1.238.501, com 43. 880] mortes.
O documento revela ainda que a embaixada peruana está em contato com o governo brasileiro, afim de manter normalizado o tráfego de veículos com cargas e combustíveis entre os dois países.
Na terça-feira (16), após três dias acampados, cerca de 400 haitianos resolveram furar a barreira do Exército e entrar a força no país vizinho com o Acre, mas foram contidos pelo policiamento do país e tiveram que retornar novamente ao Brasil.
Entre os refugiados estão crianças, idosos, mulheres grávidas. Ontem durante o confronto muitos foram ao desespero, implorando aos guardas para que os deixassem passar.
O prefeito de Assis Brasil Jerry Correa, lamentou o problema humanitário, e disse que o município vem prestando auxílio, inclusive de saúde e assistência social as pessoas.
“Estamos chocados com as cenas que vimos esses últimos dias, imagens que quase terminaram em tragédia. São mais de 50 crianças que estavam desde o domingo sob Sol e chuva, no meio de uma ponte, na mira metralhadoras”, disse.
Na terça, houve uma reunião com parlamentares da bancada do Acre em Brasília, o representante do Governo Estadual, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o embaixador do Brasil no Peru, Rodrigo Baena.
No encontro, o prefeito de Assis Brasil solicitou o retorno de homens do Exército para a fronteira, prioridade para resolver o problema da crise migratória, que fez com que o município decretasse situação de calamidade pública.
O Itamaraty também se posicionou, afirmando que tem mantido contato com o governo do Peru, que informou as autoridades brasileiras ter procurado tomar a decisão em virtude da crise sanitária causada pelo novo coronavírus.