Por Wanglézio Braga
As pontes que ligam Cobija, capital do Departamento de Pando, na Bolívia, com o estado do Acre, por meio de Brasiléia e Epitaciolândia, enfim, foram desbloqueadas. A Ponte da Amizade e a Internacional estavam ocupadas, desde a semana passada, por grupos contrários a mais um mandato de Evo Morales. A desocupação ocorreu na noite de ontem (12) para a alegria de estudantes e empresários brasileiros.
Os opositores de Evo Morales abriram passagem para veículos e cumpriram a promessa de que tão logo que a presidente interina, Jeanine Áñez, assumisse o poder do Estado Plurinacional a fronteira seria reaberta. Vale lembrar que Jeanine foi proclamada presidente interina seguindo as recomendações das leis daquele país. A Organização dos Estados Americanos (OEA) sugere novas eleições.
A desocupação das Pontes Internacional e da Amizade ocorrem com os bolivianos proferindo palavras de ordens e entoando o hino nacional. Após o desbloqueio, eles saíram em carreta pelas ruas de Cobija, pregando a pacificação e exigindo apoio a nova presidente.
Mesmo com o desbloqueio alguns brasileiros se sentem inseguros de cruzar a fronteira. Sobre isso, a própria Segurança Pública do Acre (SESP) desaconselha a presença de brasileiros nas ruas de Cobija. A Zona Franca é um dos atrativos do país vizinho que recebe turistas da região amazônica.
Enquanto as pontes estiveram fechadas para veículos, as economias das cidades de Epitaciolândia e Brasileia foram atingidas sem precedentes e amargaram desvalorização da moeda. Setores de alimentação, mercantil e outros serviços foram os mais prejudicados. Estudantes brasileiros que atravessavam as pontes, diariamente, para estudar medicina em Cobija tiveram as aulas suspensas.
O repórter fotográfico, Raylanderson Frota, acompanhou esse momento histórico da Bolívia e registrou as desocupações das pontes pelos manifestantes contrários a Evo Morales.