Por Wanglézio Braga
Da redação do News Rondônia
Os protestos violentos contra o Presidente Evo Morales (MAS) continuam em toda a Bolívia e ao que parece vem ganhando mais força. Por conta disso, a rotina de quem vive na fronteira através de Cobija (Pando) com o Acre, por meio das cidades de Brasileia e Epitaciolândia, mudou por completo. As duas pontes sobre o Rio Acre continuam bloqueadas para tráfego de veículos, estudantes de medicina estão com as aulas suspensas e o comércio já dá sinais de queda no movimento após três dias.
Na tranca, caminhões que deveriam seguir viagem estão estacionados na Avenida Internacional, em Epitaciolândia. A decisão dos manifestantes contrários a mais um mandato de Evo Morales é de não deixar cruzar a fronteira. O governo de Pando teme que alimentos, combustível possam ser racionados. Mas ontem (07), o movimento informou que estaria autorizada a passagem apenas de caminhão com gasolina e produtos perecíveis. Um princípio de confusão foi registrado quando um caminhoneiro tentou passar com materiais de construção.
Já no lado de Brasiléia, o “Paro” boliviano vem impactando diretamente a economia da cidade. Os empresários estão amargando a falta de clientes por conta do comércio parado. Produtos e serviços visando a clientela do outro lado é o que dinamiza a economia. Setores como de supermercados, calçados e restaurantes são os mais prejudicados. É vital a presença de bolivianos nesses estabelecimentos.
Vale lembrar que apesar dos bloqueios para veículos, pedestres passam normalmente pelas pontes. No entanto, as autoridades não recomem o turismo em Cobija por conta dos constantes conflitos. Nessa semana, após radicais e militares entrarem em confronto, algumas pessoas foram feridas inclusive um jornalista que cobria mais um episódio. Cobija, por ser Zona Franca, tem atraído muitos rondonienses que compram desde roupas, perfumes e brinquedos.
Nas pontes, é possível ver a presença das Forças Armadas da Bolívia e os próprios manifestantes que improvisaram abrigos e fazem até comida no local. Nos lados do Brasil, a Polícia Militar e Civil aumentaram o efetivo para dar mais segurança aos acreanos. O Exército Brasileiro e a Polícia Federal quase não são vistos nessas regiões.