Por Wanglézio Braga/ Fotos de Raylanderson Frota
Da Redação do News Rondônia
A Ponte da Amizade construída sobre o Rio Acre, entre as cidades de Brasiléia (AC) e Cobija (PD) segue bloqueada por conta dos movimentos políticos contrários o presidente Evo Morales, do MAS, que é acusado de fraudar mais uma eleição no país. Desde a noite de terça-feira (05), grupos de direita acamparam no local e fecharam a principal fronteira com o Brasil. Houve tumulto generalizado e policiais agiram parcialmente no ato.
Por conta das manifestações em favor de uma nova eleição, diversos protestos seguidos por atos de vandalismos vêm ocorrendo nos quatro cantos da Bolívia. Pando foi o último departamento a aderir ao movimento do “Paro”. As aulas de duas universidades de medicina que possuem brasileiros como a maioria dos estudantes foi suspensa.
Apenas a Ponte Internacional está funcionando parcialmente, ela fica localizada entre Epitaciolândia (AC) e Cobija. Somente os pedestres são autorizados a transitar pelo território. Manifestantes e militares do Exército Boliviano estão no local e a cada instante o clima fica tenso. As negociações não avançam.
O governo departamental boliviano mantém preocupação tendo em vista que caminhões e carretas que trafegam pelas estradas brasileiras trazendo mantimentos e combustíveis para a Bolívia estão estacionados na entrada da Zona Franca, proibidos de seguir viagem. Por conta disto, pode haver desabastecimento.
PRÉDIOS RESGUARDADOS
Por conta da agressividade dos movimentos e o grande número de atos de vandalismo, diversos prédios públicos como a sede do Governo de Pando e a Prefeitura Municipal de Cobija estão sendo resguardados pela Polícia. Civis estão na praça central, fazendo a vigília dos prédios que ficam no centro da cidade.
“Saem de Santa Cruz as ordens de destruir as instituições, tomar os prédios. Esperamos que isso não ocorra aqui. Estamos aqui para resguardar esses locais. Infelizmente existem pessoas que se aproveitam nesses movimentos. Trouxemos aqui dezenas de veículos, viaturas com militares que resguardarão os prédios e garantam a ordem. Estamos fazendo um rigoroso controle”, disse o Diretor de Segurança Departamental de Pando.
IMPRENSA AGREDIDA
A diretora executiva da Federação de Imprensa de Pando, Roxana Sanchez, chegou a pedir proteção para que os profissionais cumpram o seu papel na região. Na noite da última quarta-feira, um repórter foi agredido durante o movimento. Roxana solicita ainda que a população não faça intimidações os profissionais. Em todo o país, diversos casos de agressões contra jornalistas, em horário de trabalho, foram registrados.
“Apesar da situação, a imprensa se mantém unida, somos uma só voz. Existem casos de agressões contra jornalistas, trabalhadores da informação, que já estamos investigando. Nós pedimos respeito por nosso trabalho. É um direito da população receber informação. Pedimos a população tolerância, exigimos das autoridades segurança para buscar a informação. Muitos estão perguntando de que veículos somos, trabalhamos, isso é uma forma de intimidação. Isso vem ocorrendo e tem chamado a nossa atenção. Só queremos trabalhar em paz e segurança”, comentou Roxana.