Por Wanglézio Braga
Da redação do News Rondônia
Neste domingo (20), os bolivianos votaram para Presidente da República e para o Legislativo (2020-2025). E pelos números já computados, indicam a realização de um segundo turno, algo inédito na história do país vizinho. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral da Bolívia, o processo “foi tranquilo e sem registro de irregularidades”.
Quase 7,3 milhões de bolivianos estavam convocados para a votação no país. Também serão computados os votos de bolivianos em outros 33 países, incluindo 45 mil que vivem no Brasil, a grande maioria em São Paulo. Eles ajudarão a eleger os 36 senadores, 130 deputados e 9 representantes supra-estatais integrantes da Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP).
A presidente do Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia, María Eugênia Choque, informou o atual presidente Evo Morales (MAS) lidera a disputa com 43,9%. Em segundo lugar, aparece o ex-presidente Carlos Mesa (CC), com 39,4%. O segundo turno, previsto para 15 de dezembro e é algo inédito na Bolívia. A posse presidencial está prevista para 22 de janeiro de 2020.
Nas redes sociais, o representante do CC pede aos seus eleitores que façam vigílias nos tribunais eleitorais do país. O pede foi feito em virtude de possível fraude. Há indícios de fraude eleitoral em Posotí. Evo Morales, está no poder desde 2006, busca um quarto mandato consecutivo até 2025, quando o país celebra o bicentenário de sua independência.
Morales, 59 anos, foi beneficiado por uma decisão do Tribunal Constitucional de 2017 que o habilitou a disputar a reeleição de modo indefinido, alegando que este é um direito humano, apenas um ano depois da derrota do presidente em um referendo que consultou a população sobre o tema.
Em um cenário de polarização, o segundo turno se transformaria em uma espécie de referendo para Morales sobre seus quase 14 anos de governo, afirmou Mesa, 66 anos, que presidiu o país de 2003 a 2005.
Em Cobija, capital do Departamento de Pando que faz fronteira com o Acre, o partido de Evo Morales apareceu em segundo lugar com 36.96%. Já Carlos Mesa apontou 45% dos votos, com urnas apuradas. Vale lembrar que o atual governo de Pando é da base do presidente Morales.
O TERCEIRO LUGAR
Em terceiro lugar, Chi Hyun Chung, candidato do Partido Democrata Cristão, que alcançou 8,74%. Óscar Ortiz, candidato à presidência da aliança Bolívia Dice No (BDN), obteve 4,5% de apoio eleitoral. As demais frentes políticas obtiveram resultados abaixo de 2%, portanto, de acordo com os regulamentos, elas perderão seu status legal, conforme regra da Lei Eleitoral Boliviana.
"Os bolivianos decidiram que quem enfrentar Evo Morales no segundo turno é Carlos Mesa, e nós apoiaremos essa decisão sem reservas ou condições", disse Ortiz, que, antes da chegada à mesa de voto, ficou em terceiro lugar no ranking nas pesquisas de intenção de voto.
AS ELEIÇÕES DE LÁ NOS INTERESSA?
A resposta é clara: Sim! Rondônia faz fronteira territorial e fluvial com a Bolívia. Alta Floresta d’Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Cabixi, Costa Marques, Guajará Mirim, Nova Mamoré, Pimenteiras do Oeste, São Francisco do Guaporé e Porto Velho são os municípios que fazem fronteira com a Bolívia.
Além da fronteira territorial, existe um comércio bilateral, já que o Brasil é o principal sócio comercial da Bolívia. O próprio estado de Rondônia possui parcerias econômicas também tratadas por meio de acordos.
