O governo federal anunciou, nesta segunda-feira (17), na COP30 em Belém (PA), o investimento de R$107 milhões para fortalecer a bioeconomia na Amazônia por meio do programa Coopera+ Amazônia. A iniciativa vai apoiar 50 cooperativas extrativistas que atuam nas cadeias do babaçu, açaí, castanha e cupuaçu.
O recurso é destinado a cooperativas dos estados do Pará, Rondônia, Maranhão, Amazonas e Acre, com ações previstas para um período de 48 meses. Do total, R$103 milhões serão aportados pelo Fundo Amazônia, via BNDES, e R$3,7 milhões pelo Sebrae.
Segundo o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o aporte deve aumentar a renda, fortalecer o cooperativismo e beneficiar cerca de 3,5 mil famílias.
“Os recursos permitirão agregar valor e colaborar com o combate à mudança do clima”, afirmou.
Bioeconomia fortalecida
Para o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, o programa ampliará mercados e incorporará tecnologias essenciais à bioeconomia amazônica.
“É uma bioeconomia única, que não derruba árvores nem polui os rios”, destacou.
A presidente da Embrapa, Silvia Musshurá, ressaltou que o programa permitirá identificar lacunas produtivas, monitorar cadeias extrativistas e apoiar comunidades locais com dados e indicadores que qualificam os sistemas de produção.
Produtividade e inovação
A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, afirmou que os investimentos terão impacto direto no dia a dia dos extrativistas.
“Vai melhorar a vida desses produtores, ampliar a produtividade, gerar emprego e renda e manter a floresta em pé”, disse.
O projeto inclui consultorias, capacitações, assistência técnica, extensão rural e compra de máquinas para reduzir a penosidade do trabalho e agregar valor aos produtos.
Resultados esperados
Entre os objetivos, estão:
- aumento da produtividade;
- maior valor agregado aos produtos;
- ampliação do número de cooperados;
- melhor aproveitamento de resíduos;
- reforço da renda das famílias atendidas.
O programa também prevê a criação de um Escritório de Negócios Territorial, com foco na expansão comercial e fortalecimento de marcas. Os Agentes Locais de Inovação para Cooperativas (ALICoop) acompanharão a adoção de tecnologias e melhorias gerenciais.
Fundo Amazônia
Criado em 2008, o Fundo Amazônia é o principal mecanismo brasileiro de cooperação internacional para o clima. Desde a retomada das doações em 2023, o número de doadores passou de três para nove, com apoio de países como União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido.
Desde sua criação, o fundo já beneficiou 260 mil pessoas, apoiou 144 projetos e fortaleceu mais de 600 organizações comunitárias, atuando em 75% dos municípios da Amazônia Legal.







































