A COP Cerrado, realizada em Brasília, abriu espaço para o Cerrado nas discussões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP30), em Belém (PA). O evento destacou estratégias de valorização, conservação e desenvolvimento sustentável do segundo maior bioma do país, conhecido como berço das águas do Brasil e uma das savanas mais biodiversas do planeta.
Participantes e objetivos
O encontro reuniu representantes do Governo do Brasil, do Consórcio Brasil Central — formado por Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins —, embaixadores, pesquisadores, secretários de Estado e integrantes da sociedade civil. Entre os destaques estavam a CEO da COP30, Ana Toni, e a secretária de Meio Ambiente de Goiás, Andréa Vulcanis, representando o governador Ronaldo Caiado.
A iniciativa reforçou a importância de reconhecer um “Brasil além da Amazônia”, valorizando as 25 fitofisionomias do Cerrado e seu papel estratégico na preservação da biodiversidade e equilíbrio climático.
Carta para o Cerrado
O evento resultou na Carta para o Cerrado, documento assinado pelos sete estados do Consórcio Brasil Central e que será apresentado na COP30. A carta propõe medidas concretas, como a criação do Fundo Cerrado, ampliação de financiamentos climáticos, incentivo a mercados de carbono e créditos de biodiversidade, além da formação de grupo de trabalho sobre desafios e soluções dos biomas brasileiros.
O Cerrado ocupa cerca de 24% do território nacional, em 12 estados e no Distrito Federal, com mais de 2 milhões de km², abrigando 13,5 mil espécies de plantas, 850 de aves e 200 de mamíferos.
Resultados e iniciativas
O bioma registrou queda de 25,7% no desmatamento entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo dados do Prodes/Inpe, e redução de 48,8% nas áreas queimadas entre janeiro e agosto de 2025, conforme o Lasa/UFRJ. Entre as ações de preservação, destacam-se o PPCerrado, o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) e iniciativas do Plano Clima, incluindo adaptação e mitigação, com participação de 22 ministérios.
Além disso, o programa AdaptaCidades fortalece políticas de resiliência climática em 60 municípios do Cerrado, enquanto projetos de cooperação entre estados do Matopiba visam controlar desmatamento ilegal e incêndios florestais.
Engajamento e educação ambiental
No âmbito da iniciativa “A COP é Aqui”, escolas, coletivos e instituições públicas e privadas foram estimuladas a participar de debates e atividades de conscientização climática. Materiais digitais e audiovisuais, como cadernos de atividades, guias éticos e vídeos temáticos, foram disponibilizados para apoiar diálogos e oficinas sobre a agenda climática.









































