A COP30 promoveu, na sexta-feira (14), o painel “Nutrir a ação climática”, dedicado à discussão de políticas públicas para sistemas alimentares resilientes ao clima. O encontro ocorreu na Blue Zone, reunindo gestores municipais, especialistas internacionais e representantes de organizações voltadas à sustentabilidade.
O objetivo foi apresentar ferramentas políticas que permitam alinhar os sistemas alimentares às metas climáticas definidas nos NAPs e nas NDCs, por meio da redução da pegada de carbono e da diversificação proteica em políticas públicas.
Participaram Rodrigo José Abreu dos Santos, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, que apresentou a experiência do “Prato Sustentável”, e Ivan Euler, secretário de Sustentabilidade de Salvador, que falou sobre o programa “Educando para a Sustentabilidade”.
Segundo Rodrigo Abreu, mudanças simples nas políticas de alimentação escolar já mostram impactos positivos na saúde e na formação dos estudantes, além de benefícios ambientais. As iniciativas destacadas reforçam a oferta de leguminosas, educação alimentar e integração com conteúdos sobre clima.
Para Thayana Oliveira, diretora-executiva da Humane World for Animals, o painel forneceu medidas práticas para governos e instituições, como compras públicas sustentáveis, estímulo à inovação e ampliação de financiamentos destinados à transição alimentar.
O debate também contou com representantes do governo dinamarquês, da Compassion in World Farming International (CIWF), da ProVeg International e com a deputada federal Duda Salabert.
Sistemas alimentares e o clima
Responsáveis por quase um terço das emissões globais, os sistemas alimentares estão ligados ao desmatamento, à perda de biodiversidade e a desafios de saúde pública. Para Ivan Euler, enfrentar esse setor é essencial para manter as metas do Acordo de Paris ao alcance.
Os participantes reforçaram que políticas inclusivas e baseadas em evidências são fundamentais para alinhar objetivos ambientais, sociais e de saúde.
Programas em municípios brasileiros
Rio de Janeiro e Salvador apresentaram seus programas de alimentação sustentável no painel. O primeiro conduz o projeto piloto “Prato Sustentável” em 15 escolas, com previsão de expansão até 2027. O segundo desenvolve, desde 2022, o “Educando para a Sustentabilidade”, que já resultou na economia estimada de 16 mil hectares de terra, 258 milhões de litros de água e na não emissão de mais de 55 mil toneladas de CO₂ equivalente.
Outras cidades também adotam iniciativas semelhantes: Caruaru (PE) com o “Merenda Saudável”, Sobral (CE) com o “Viver Bem Sobral” e Belo Horizonte (MG) com o “Mais Horta no Prato”.
Humane World for Animals
A Humane World for Animals atua há mais de 70 anos na promoção do bem-estar animal em mais de 50 países. A ONG trabalha em parceria com governos e instituições para enfrentar causas estruturais da crueldade animal e desenvolver práticas sustentáveis, abrangendo desde proteção de animais de criação até ações de resgate, conservação e resposta a desastres.









































