O projeto da Usina Solar Noronha Verde, lançado neste sábado (8) pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pelo grupo Neoenergia, vai descarbonizar completamente a geração de energia em Fernando de Noronha até 2027. A iniciativa, realizada em parceria com o governo de Pernambuco, promete substituir o atual modelo movido majoritariamente a diesel por uma matriz 100% solar.
Com investimento de R$ 350 milhões da Neoenergia, a usina contará com mais de 30 mil painéis solares fotovoltaicos e sistemas de armazenamento por baterias. As estruturas ocuparão 24,63 hectares — aproximadamente 1,5% da área da ilha — cedidos pela Aeronáutica e pela administração local. A primeira fase entra em operação até maio de 2026; a segunda, no primeiro semestre de 2027.
Energia mais limpa, estável e acessível
A nova usina terá capacidade de geração de 22 MWp e 49 MWh de armazenamento em baterias, suficientes para suprir o consumo equivalente a 9 mil residências no continente. Durante o dia, os painéis abastecerão a ilha e carregarão as baterias; à noite, o fornecimento será mantido exclusivamente pelo sistema de armazenamento, sem emissões.
O CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, explicou que o projeto reduzirá custos. “Os benefícios vão além da energia limpa e sustentável. O projeto também contribuirá para o sistema elétrico brasileiro ao reduzir em até 10% o custo da geração da ilha.”
Marco para a COP30
Às vésperas da COP30, que será realizada no Brasil, o ministro Alexandre Silveira destacou que Noronha se torna um exemplo global em transição energética.
“Nós avançamos nessa nova economia, que é a economia verde. Fernando de Noronha dá exemplo para o mundo”, afirmou.
Para Ignacio Galán, presidente da Iberdrola — controladora da Neoenergia —, o projeto é fruto de cooperação e visão de longo prazo. “Nada disso seria possível sem uma política energética clara e estabilidade regulatória”, disse.
Protagonismo da comunidade local
Durante o evento, a professora e moradora da ilha, Edileuza Maria dos Santos, representou a comunidade e celebrou o avanço.
“Queríamos ver nossa ilha crescer sem perder a essência da natureza que tanto amamos. Agora, com essa usina solar, isso será possível.”
A governadora Raquel Lyra reforçou o impacto social do projeto. “Tirar o diesel daqui significa um novo começo para Fernando de Noronha. Um lugar só é bom para visitar quando ele é bom para viver.”
Fim do ciclo do diesel
Atualmente, 95% da energia consumida na ilha é gerada pela Usina Tubarão, movida a diesel. Restam apenas 5% provenientes de três pequenas usinas solares. A transição eliminará o uso diário de 30 mil litros de diesel e reduzirá emissões — que chegaram a 21 toneladas de CO² somente em 2024.
Com a nova usina, a Tubarão passará a operar apenas como backup emergencial.









































