O presidente-designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, divulgou neste domingo (9) sua décima e última carta à comunidade internacional, chamando os países para que Belém se torne o ponto de partida de um novo ciclo de ação no combate à crise climática global. O documento foi publicado às vésperas da abertura da Conferência das Partes, reforçando que o processo de mudança precisa ser construído de forma conjunta.
Na carta, Corrêa do Lago afirma que a COP30 pode marcar o momento em que a humanidade “recomeça” e escolhe a coragem diante da emergência climática. Ele destaca que o compromisso deve ser encarado como uma responsabilidade histórica, direcionada às gerações passadas e futuras.
O embaixador também relembra a trajetória das discussões ambientais desde a ECO-92, no Rio de Janeiro. Segundo ele, Belém representa continuidade, cooperação e a capacidade humana de agir coletivamente diante da incerteza.
Implementar mudanças é prioridade
O presidente-designado da COP30 reforça que a agenda de mudanças deve ser construída com união e cooperação entre os quase 200 países participantes. Ele afirma que a grande prioridade é transformar o grupo de nações em uma equipe coesa, capaz de canalizar a inteligência coletiva em prol de um propósito comum: proteger sociedades, economias e ecossistemas.
Corrêa do Lago destaca ainda que, ao longo das cartas anteriores, foram apresentadas as prioridades centrais da COP30, entre elas: fortalecer o multilateralismo, aproximar o debate climático da vida real das pessoas e acelerar a implementação do Acordo de Paris.
Chamado para ação global
Ao concluir a carta, o embaixador afirma que encerra um ciclo de palavras para que o mundo inicie um ciclo de ação. Ele convoca os países a transformarem as negociações da COP30 em um “laboratório de soluções” e destaca que a conferência será a “COP da Verdade”.
Segundo ele, o planeta enfrenta uma escolha decisiva: mudar por consciência e cooperação ou ser obrigado a mudar pela tragédia. “Podemos mudar”, escreveu, reforçando a urgência de ações conjuntas.
NDCs e metas internacionais
As negociações da COP30 começam nesta segunda-feira (10), com foco nas definições das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que representam as metas de cada país para reduzir emissões de gases de efeito estufa.
O Brasil se comprometeu a diminuir entre 59% e 67% suas emissões até 2035, abrangendo todos os gases e setores da economia. Até agora, 79 países já apresentaram suas NDCs, representando 64% das emissões globais. Os demais 118 países respondem por 36% e ainda devem atualizar suas metas.
A expectativa é que a COP30 avance no financiamento internacional para países em desenvolvimento e impulsione ações concretas de mitigação da crise climática.









































