Luziânia (GO), 11 de outubro de 2025 — Crianças e adolescentes de todo o Brasil participaram da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (6ª CNIJMA), realizada em Luziânia, Goiás. Durante cinco dias, eles vivenciaram debates, oficinas temáticas, palestras, gincanas e atrações culturais, voltando para suas cidades com novos projetos e ideias para enfrentar a injustiça climática em seus territórios.
Os participantes destacaram como as mudanças climáticas afetam de forma desproporcional comunidades vulneráveis, como indígenas, quilombolas e populações tradicionais. Lara Guimarães Silva, de 13 anos, de Itapemirim (ES), defendeu o reconhecimento dos saberes ancestrais na busca por soluções que respeitem a natureza e promovam equidade. Já Jessyane Cavalcante, de 12 anos, de Roraima, enfatizou a importância da reciclagem de plásticos para proteger o meio ambiente local.
Outros jovens, como Adryellen Silveira Bertoldo, indígena de 13 anos, relataram impactos diretos de eventos climáticos em suas aldeias, enquanto Elton Brenner, de Goiatuba (GO), apresentou projetos escolares de mobilização comunitária, propondo hortas coletivas, reaproveitamento de água e melhorias em áreas verdes urbanas. Kleber Medeiros de Oliveira Júnior, de São Miguel do Araguaia (GO), destacou a substituição da vegetação nativa por monoculturas e os riscos de aumento do efeito estufa e poluição nos rios locais.
A 6ª edição da conferência contou com mais de 800 participantes, representantes das etapas preparatórias em 8.732 escolas de 2.307 municípios. Os jovens apresentaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministros a Carta Musical Raiz que Floresce e a versão preliminar da Carta Compromisso das Crianças e Jovens pelo Futuro do Planeta, que será levada à COP30, em Belém, a partir de 10 de novembro.
Gestores de educação presentes destacaram o potencial transformador da conferência na consciência ambiental e nos hábitos cotidianos dos participantes. Luana Batista, do Piauí, e Alexandre Guimarães, da Bahia, afirmaram que os estudantes assumem papel de protagonistas em suas comunidades e promovem a transição geracional necessária para garantir um futuro sustentável.