Brasília, 11 de outubro de 2025 — A construção de cidades sustentáveis vai além de infraestrutura e planejamento urbano; depende também de inclusão social e acesso a serviços básicos, segundo o professor franco-colombiano Carlos Moreno, da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne.
Em evento promovido pelo Instituto Motiva, Moreno destacou que habitar áreas distantes do centro urbano sem acesso a saúde, educação, comércio e lazer configura exclusão social. “Mesmo que construamos prédios de habitação social, se forem longe do centro e sem serviços, estamos distanciando as pessoas da vida”, afirmou, defendendo bairros planejados para garantir necessidades diárias próximas das residências.
O urbanista apontou que o rápido crescimento urbano na América Latina, incluindo o Brasil, gerou informalidade e carência de serviços, impactando a qualidade de vida. Para Moreno, cidades humanizadas e sustentáveis levam em conta diversidade, meio ambiente e a convivência em harmonia.
Soluções e projetos locais
Segundo a presidente do Instituto Motiva, Renata Ruggiero, a sustentabilidade urbana requer redução de desigualdades e promoção de qualidade de vida. “Uma cidade sustentável precisa ser inclusiva e oferecer mais oportunidades aos habitantes”, disse.
O bairro de Presidente Altino, na divisa entre São Paulo e Osasco, foi selecionado para receber uma estratégia de urbanismo social, conduzida pelo instituto em parceria com empresas, sociedade civil e poder público. O projeto inclui diagnóstico territorial, elaboração de planos específicos e sistematização de metodologias que possam influenciar políticas públicas.
Ao todo, 20 territórios em seis estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul — participarão de ações voltadas à promoção de espaços mais sustentáveis, integrando planejamento urbano, mobilidade, áreas verdes e governança social.