O setor de óleo e gás é o principal em número de licenças e autorizações ambientais emitidas pelo Ibama, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. A informação foi confirmada por Itagyba Alvarenga Neto, coordenador-geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros do órgão, durante a Navalshore 2025, evento da indústria naval e offshore realizado no Rio de Janeiro. A descarbonização e a transição energética também foram temas centrais dos debates.
Itagyba destacou os esforços do Ibama para dar celeridade às respostas e a efetividade dos processos de licenciamento, mesmo diante de desafios como a falta de pessoal, as mudanças climáticas e a ausência de um planejamento de políticas públicas prévias. O licenciamento ambiental, segundo ele, tem crescido muito, exigindo a superação de obstáculos.
Desafios logísticos e inovações
Fábio Vasconcellos, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Navegação Interior (Abani), também participou do evento e trouxe o debate sobre a logística do país. Ele acredita que o Brasil não aproveita sua vocação logística por causa da dificuldade na aprovação de licenças. Para Fábio, é crucial investir em infraestrutura para que as redes fluviais, especialmente na Região Norte, possam crescer e gerar mais desenvolvimento e renda.
A Navalshore 2025 também teve foco em inovação. Flávio Gabina, da Transpetro, afirmou que a inovação é uma necessidade estratégica para a descarbonização. Ele apresentou o Programa de Renovação e Ampliação da Frota da Petrobras, que já incorpora tecnologias como engenharia digital e sistemas de conexão de energia em terra. Gabina citou o etanol como uma alternativa de combustível, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a modernização da frota.
O evento se encerrou com discussões sobre as oportunidades de financiamento para o setor naval no Rio de Janeiro, buscando oferecer um panorama mais claro sobre os instrumentos de apoio disponíveis para projetos estratégicos.