Os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) deverão assinar na próxima sexta-feira, 22 de agosto, uma declaração conjunta em defesa de um novo mecanismo financeiro: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre. A iniciativa, impulsionada por Brasil e Colômbia, visa financiar a preservação de biomas em cerca de 70 países. O fundo será formalmente lançado na COP30, em Belém, no final do ano.
O endosso político da OTCA é considerado uma estratégia diplomática crucial. O objetivo é impulsionar a captação de até US$ 125 bilhões, provenientes de recursos públicos e privados. O fundo funcionará com base em resultados: países que demonstrarem a conservação de suas florestas serão remunerados em até US$ 4 por hectare, um modelo que o governo brasileiro descreve como um “investimento verde”.
Cúpula em Bogotá e detalhes do fundo
A declaração faz parte dos documentos a serem aprovados na Cúpula da Amazônia, em Bogotá, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além do fundo, a reunião também deverá aprovar a Carta de Bogotá, que reforçará metas de combate ao desmatamento e desenvolvimento sustentável para a Amazônia.
O fundo é projetado para ser um investimento de baixo risco, em que parte do lucro retorna ao investidor, enquanto o excedente é direcionado para os países que protegem suas florestas. A proposta também prevê que 20% do total de recursos sejam repassados diretamente às comunidades de povos indígenas e tradicionais. Segundo o embaixador Patrick Luna, do Ministério das Relações Exteriores, os recursos que o Brasil poderia receber podem ser até sete vezes maiores que o orçamento anual do Ministério do Meio Ambiente.