O número a seguir ilustra o impacto da ação humana quando o “progresso” ignora os limites da destruição em nome da economia: 41.203. Esse número representa a quantidade de crimes ambientais registrados em apenas nove estados brasileiros entre 2023 e 2024.
O levantamento foi apresentado pela Rede de Observatórios de Segurança, instituição composta por organizações de nove estados, conectadas por órgãos acadêmicos e da sociedade civil. No relatório deste ano, os pesquisadores detectaram a maior parte dos crimes ambientais nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
A Região Norte, com destaque para o Amazonas e o Pará, apresenta um número quase ininterrupto de crimes ambientais. Segundo os pesquisadores, o cálculo pode ser ainda maior, uma vez que o levantamento não considera os crimes contra as populações tradicionais, como indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
Silvia Ramos, coordenadora-geral da Rede de Observatórios, critica a ausência de um levantamento geral que revele a destruição de forma mais aprofundada:
“É inaceitável que, neste nível de destruição ambiental no Brasil, ainda não existam estatísticas oficiais rigorosas sobre a vitimização das populações tradicionais, como quilombolas, indígenas, ribeirinhas e outras”, explica.