SÁBADO, 27/12/2025

Em destaque

Fogo na Amazônia é etapa da exploração econômica do bioma

Para professor da UFPA, fogo é resultado da apropriação ilegal

Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil - 20

Publicado em 

Fogo na Amazônia é etapa da exploração econômica do bioma
Marizilda Cruppe/Greenpeace

Os incêndios que consomem o bioma amazônico são uma das etapas da exploração econômica da floresta, que vem sendo convocada pela economia mundial para fornecer alimentos e matérias-primas baratas, permitindo a manutenção do preço dos salários nos países mais desenvolvidos e o aumento do lucro em escala global. Essa é a avaliação do professor de economia Gilberto de Souza Marques, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Autor do livro Amazônia: riqueza, degradação e saque, o especialista destaca que a agropecuária, a mineração e o setor madeireiro são as principais atividades que contribuem para o desmatamento da Amazônia e que a grilagem de terra alimenta essa exploração econômica.

Marques questiona o modelo econômico imposto ao bioma, argumentando que nem tudo que gera muito lucro é o melhor para o conjunto da sociedade brasileira. Além disso, afirma que a Amazônia já está internacionalizada porque as grandes multinacionais da mineração e do agronegócio são as que controlam a economia dominante na região.

Para o especialista em economia política, natureza e desenvolvimento, as experiências dos povos indígenas e comunidades tradicionais são as sementes de esperança que devem ser regadas para se contrapor à monocultura na região amazônica.

Confira a entrevista completa:

Agência Brasil: Qual a relação da destruição da Amazônia com a exploração econômica do bioma?

Gilberto Marques: A Amazônia tem duas grandes tarefas no mundo que são incompatíveis. A primeira é contribuir para aumentar a rentabilidade do capital nas economias centrais, com o rebaixamento dos custos de produção. Isso significa produzir matérias-primas baratas de exportação para a China e para a Europa, como o ferro, a soja e outros produtos.

Ao produzir alimentos baratos, a Amazônia diminui a pressão para elevação salarial nesses países e contribui para elevar as taxas de lucro em meio a uma economia global que vive sucessivas crises de rentabilidade do capital.

A segunda tarefa da Amazônia é contribuir para reduzir os efeitos do aquecimento global, em particular a emissão de gases de efeito estufa. Na atualidade, essas duas tarefas são incompatíveis porque a primeira tarefa impõe um ritmo de apropriação da natureza como nunca visto nos 13 mil anos de existência humana na Amazônia.

Esse ritmo ditado pela busca do lucro faz com que a natureza tenha dificuldade de se recompor, pois são atividades extremamente degradantes para a natureza.

Agência Brasil: Quais as principais atividades que contribuem para degradar a Amazônia?

Gilberto: Principalmente a mineração e o agronegócio associados à exploração madeireira. E a característica mais gritante na Amazônia é que o legal se alimenta do ilegal e o ilegal do legal.

O setor pecuarista, que se apropria de terras públicas e que utiliza muitas vezes o trabalho escravo, continua, de alguma forma, vendendo o seu gado para as grandes cadeias da comercialização dos grandes frigoríficos, direta ou indiretamente.

Indiretamente porque eles maquiam esse gado [de áreas griladas] e os frigoríficos sabem disso. O gado que não pode ser vendido para Europa, por exemplo, porque tem regras mais rígidas, segue para o Nordeste ou o Sudeste, abastecendo esses mercados regionais e permitindo que os rebanhos criados nessas regiões possam ser exportados sem prejuízo do consumo local. Direta ou indiretamente, o gado amazônico, mesmo criado em áreas ilegais, entra nas grandes cadeias de proteína animal do planeta.

Em 2021, o principal produto exportado pelo município de São Paulo foi o ouro, com aproximadamente 27% de tudo que o município exportou. De onde vem esse ouro que entra nos grandes circuitos legais da financeirização da economia? Esse ouro sai, em grande medida, dos circuitos ilegais que estão destruindo a Amazônia.

A mineração destrói intensivamente a floresta, o solo e subsolo, mas ela ocorre em espaço menor, ainda que tenha uma extensão além da mina, como é o caso da contaminação dos rios. Já a agropecuária usa extensas áreas e o uso de agrotóxicos mata os insetos que polinizam a floresta.

Além disso, a plantação de soja retira cobertura vegetal, aumentando a temperatura em torno do campo de plantio e os riscos de incêndios. Essas atividades estimulam a apropriação ilegal da terra na Amazônia.

Agência Brasil: Como ocorre essa apropriação ilegal da terra da Amazônia?

Gilberto: O grileiro se apropria de uma terra pública, de uma área de preservação ou de território indígena, e derruba a floresta de imediato. Em seguida, vende para um segundo proprietário que sabe que a terra é ilegal pelo próprio preço de venda, que é rebaixado.

Depois de comprar, o segundo dono entra com o pedido de regularização fundiária dessa terra, argumentando que a comprou de boa-fé, acreditando que era uma terra legalizada.

Esse argumento da boa-fé serviu para regularizar propriedades griladas desde os governos da ditadura empresarial militar, com o argumento de que isso geraria segurança jurídica e impediria a grilagem de terra. Na realidade, isso estimula a grilagem na região amazônica.

Agência Brasil: Por que existe o risco de a soja avançar ainda mais no bioma amazônico?

Gilberto: Por que o custo de transporte é elemento determinante hoje na soja. Do município de Sorriso (MT) até o Porto de Paranaguá, no Paraná, são 2,2 mil km. Depois de embarcada nos navios, ela sobe toda a costa brasileira.

Quando essa soja é produzida aqui na Amazônia, próximo à linha do Equador, ou com conexão com os rios, o custo de transporte cai bastante ou chega a quase zero. É o caso da soja que está sendo produzida no Amapá, a 70 quilômetros do porto.

Ou seja, há uma redução de custo brutal nesse processo e a redução eleva a rentabilidade da atividade, permitindo que o produto chegue barato aos mercados centrais.

Fora isso, quando, por meio da Lei Kandir, o governo deixa de cobrar o ICMS sobre essa exportação, o produto pode ser vendido por um preço abaixo de seu valor, sem que a empresa perca nada. Mas o Estado deixou de arrecadar o que lhe caberia. Há, então, uma transferência de valor do Brasil para as economias centrais. Vendemos mercadorias e recebemos menos do que elas efetivamente valem.

Agência Brasil: Os incêndios na Amazônia têm relação com a exploração econômica?

Gilberto: O fogo é resultado desse processo de apropriação ilegal da terra e é uma etapa da exploração econômica. Durante o primeiro semestre do ano, que é o período de mais chuva, se faz a derrubada da floresta para a retirada das madeiras.

Quando começa o verão amazônico, que ocorre entre o final de junho até setembro principalmente, se toca muito fogo na floresta para queimar o que se derrubou no primeiro semestre, mas não se aproveitou para a atividade madeireira. Então, se forma o pasto.

Além disso, 80% das propriedades da floresta são reservas legais que não podem ser desmatadas. O proprietário então toca fogo na floresta e diz que aquilo foi um incêndio não produzido por ele. Como deixou se ser floresta, ele vai utilizar a área para o aumento do pasto, para o plantio de soja ou outra atividade do agronegócio.

Quando você pega a distribuição do fogo, você vê que a concentração está exatamente nos municípios em que mais avança o agronegócio. Como é o caso de São Félix Xingu (PA), que tem o maior reganho bovino do Brasil.

Porém, o que estamos vendo hoje, neste início de setembro, é um descontrole porque alguns dados de monitoramento apontam que até um terço do fogo sobre a Amazônia está ocorrendo em floresta em pé, diferentemente do padrão típico que é o fogo sobre floresta que foi derrubada no primeiro semestre.

Agência Brasil: O senhor diz que a Amazônia está internacionalizada no mercado global. Como é isso?

Gilberto: A Amazônia está internacionalizada porque os grandes ramos da produção do agronegócio e da mineração estão controlados pelas grandes empresas multinacionais em escala internacional.

As duas maiores plantas de alumina e alumínio do planeta estão no Pará e são controladas por uma empresa transnacional, que é a Hydro, de capital principalmente norueguês. O principal acionista é o governo da Noruega, que é também o principal doador do Fundo Amazônia.

A Vale do Rio Doce anunciou que a maior parcela do seu capital total é negociada em circuitos estrangeiros, ou seja, não está nas mãos de brasileiros. Se pegarmos o comércio de grãos, principalmente soja, quem comercializa e controla esse comércio na Amazônia são as grandes transnacionais do agronegócio como Cargill, Bunge, ADM [Human, Pet and Animal Nutrition Company] e LDC [Louis Dreyfus Company].

Agência Brasil: Qual a exploração econômica sustentável alternativa que pode beneficiar o povo brasileiro?

Gilberto: Nosso desafio é entender que não necessariamente o que dá grande lucro é algo que beneficia o conjunto da população ou que seja necessariamente o melhor para o país e para a região.

Precisamos problematizar essa noção de desenvolvimento como simples expansão da economia. Historicamente, isso foi utilizado no Brasil para justificar determinadas políticas, mas o resultado foi exclusão social e o enriquecimento de uma pequena minoria.

Nesse sentido, temos experiências em curso na região amazônica que são ainda muito incipientes, mas muito ricas. A produção agroecológica, com as agroflorestas, é uma delas. Outras experiências são as atividades comunitárias, como a pesca do Mapará, no Rio Tocantins, onde as pessoas se juntam para pescar e o resultado é distribuído entre todos, inclusive entre aqueles que não puderam pescar.

Tem ainda a rica experiência do povo indígena Ka’apor, do Maranhão, que tem criado áreas de proteção quando identifica a entrada de madeireiros e outros invasores. Eles constroem comunidades nas rotas dos invasores, barrando a entrada deles. Já criaram 12 áreas de proteção, permitindo a recomposição da floresta.

Temos que ajudar a disseminar essas experiências de integração sociedade-natureza em oposição à monocultura na Amazônia. A gente tem que olhar a Amazônia com esperança, porque ela ainda é a maior concentração de matéria viva do planeta.

Ela captura dióxido de carbono e cumpre papel vital para a existência da humanidade. O planeta vai continuar existindo, o que está em questão é a continuidade da humanidade. Nesse sentido, a Amazônia é a esperança para o planeta. E os povos que vivem na Amazônia, por meio de suas experiências, são sementes de esperança que temos que ajudar a brotar.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
NEWSTV
Publicidade
NEWSTV
Publicidade
Publicidade

NEWS QUE VOCÊ VAI QUERER LER

Pesquisadoras da Uerj integram grupo do IPCC da ONU

Pesquisadoras da Uerj integram grupo do IPCC da ONU

IPCC seleciona brasileiras para relatório climático global.
L
Brasil terá Natal com ondas de calor e chuvas em várias regiões

Brasil terá Natal com ondas de calor e chuvas em várias regiões

Temperatura elevada deve predominar em Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
L
Energisa doa mudas nativas para ações ambientais da Sedam

Energisa doa mudas nativas para ações ambientais da Sedam

Preservação ambiental é reforçada com espécies amazônicas.
L
Plantio ambiental inspira Carnaval de carbono neutro em Porto Velho

Plantio ambiental inspira Carnaval de carbono neutro em Porto Velho

Ação une educação, folia e preservação ambiental.
L
Prazo do Sociobio Mais para extrativistas termina sábado

Prazo do Sociobio Mais para extrativistas termina sábado

Sociobio Mais permite solicitar subvenção por vendas abaixo do preço mínimo.
L
Publicidade
Publicidade
ENERGISA
Publicidade

DESTAQUES NEWS

Nota de pesar: Julia Lopes de Carvalho (“Santa”)

Uma despedida marcada por fé, serenidade e gratidão pela vida de Julia Lopes de Carvalho, a querida “Santa”, que deixa um legado de amor, devoção e ensinamentos para sua família e amigos
L

Momento Agro: entrevista especial com Gilberto Borgio da Boa Safra

No Momento Agro deste sábado, dia 27, o programa recebe o senhor Gilberto Borgio, representante da Boa Safra, para uma conversa especial sobre história, crescimento, desafios e inovação no setor agropecuário.
L
Fogos com estampido representam risco a animais e pessoas

Fogos com estampido representam risco a animais e pessoas

Fogos de artifício geram alerta sobre fogos de artifício.
L
Brasil amplia influência global em nova fase da política externa

Brasil amplia influência global em nova fase da política externa

Política externa fortalece protagonismo e política externa reposiciona o país.
L
Brasil tem 30 milhões de animais abandonados

Brasil tem 30 milhões de animais abandonados

Campanha reforça alerta contra abandono de animais.
L
Publicidade

EMPREGOS E CONCURSOS

AgSus abre processo seletivo em Rondônia com salários de R$ 5,8 mil

AgSus abre processo seletivo em Rondônia com salários de R$ 5,8 mil

Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS oferece vagas de níveis médio e superior para atuação no Programa Mais Médicos em Porto Velho.
L
Processo Seletivo Simplificado da Prefeitura de Porto Velho abre vagas para professores

Processo Seletivo Simplificado da Prefeitura de Porto Velho abre vagas para professores

Processo Seletivo prevê contratação temporária de docentes para zonas urbana e rural
L
CRECI-RO lança concurso público com vagas para três municípios de Rondônia

CRECI-RO lança concurso público com vagas para três municípios de Rondônia

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-RO) publicou edital de certame com oportunidades para níveis médio e superior em Porto Velho, Ji-Paraná e Vilhena, no concurso público do CRECI-RO.
L
CNU 2: FGV altera horário das bancas de candidatos negros e com deficiência

CNU 2: FGV altera horário das bancas de candidatos negros e com deficiência

Fundação Getúlio Vargas (FGV) comunicou a atualização do Cartão de Confirmação de Inscrição, com alterações de horário e turno, para convocados nos procedimentos de Caracterização da Deficiência e Confirmação Complementar à Autodeclaração de Pessoas Negras do (CNU 2025).
L
Ministério da Gestão nomeia 677 aprovados no Concurso Unificado

Ministério da Gestão nomeia 677 aprovados no Concurso Unificado

Cargos de analista, engenheiro, médico e outros estão distribuídos em seis pastas ministeriais; empossados no Concurso Público Nacional Unificado devem apresentar documentação digitalmente pelo Portal do Servidor.
L
Publicidade

POLÍTICA

Quilombola Mesquita busca retirar fazendeiros após reconhecimento

Quilombola Mesquita busca retirar fazendeiros após reconhecimento

Comunidade quilombola celebra reconhecimento territorial quilombola.
L
Lula faz balanço anual e projeta desafios para 2026

Lula faz balanço anual e projeta desafios para 2026

Pronunciamento de Lula destaca avanços e desafios nacionais.
L
AGU derruba liminar e mantém novas regras para CNH

AGU derruba liminar e mantém novas regras para CNH

Decisão garante continuidade do programa CNH do Brasil e redução de custos.
L
Bolsonaro inicia reabilitação após cirurgia de hérnia em Brasília

Bolsonaro inicia reabilitação após cirurgia de hérnia em Brasília

Ex-presidente recebe fisioterapia e medicação para prevenir trombose.
L
Bolsonaro é submetido à cirurgia para tratar hérnia bilateral

Bolsonaro é submetido à cirurgia para tratar hérnia bilateral

Servidor público: Bolsonaro passa por cirurgia de hérnia bilateral.
L
Publicidade
Publicidade

POLÍCIA

Jovem de 21 anos é presa ao tentar entrar com drogas no presídio Urso Panda

Jovem de 21 anos é presa ao tentar entrar com drogas no presídio Urso Panda

Suspeita pretendia entregar entorpecentes ao irmão durante visita neste sábado; o flagrante de drogas nas partes íntimas ocorreu durante inspeção eletrônica.
10
Moto aplicativo foge e abandona passageira adolescente após acidente na Zona Leste

Moto aplicativo foge e abandona passageira adolescente após acidente na Zona Leste

Acidente no bairro Lagoa envolveu duas motocicletas e deixou três feridos na tarde deste sábado.
12
Força-tarefa reduz passivo de inquéritos na DEAM de Vilhena

Força-tarefa reduz passivo de inquéritos na DEAM de Vilhena

Força-tarefa acelera força-tarefa e melhora atendimento.
14
PF prende Filipe Martins, condenado por trama golpista

PF prende Filipe Martins, condenado por trama golpista

Trama golpista tem novas prisões determinadas por Moraes.
12
Briga termina em tentativa de homicídio a facada

Briga termina em tentativa de homicídio a facada

Tentativa de homicídio é investigada pela polícia.
14
Publicidade

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Vamos usar órgãos de porcos em transplantes humanos? Xenotransplante avança com testes mais longos em 2025

Vamos usar órgãos de porcos em transplantes humanos? Xenotransplante avança com testes mais longos em 2025

Maior duração de órgãos editados gera esperança no xenotransplante.
L
Peixes tímidos ou ousados? Acredite eles têm estilo

Peixes tímidos ou ousados? Acredite eles têm estilo

Personalidade dos peixes inclui timidez e ousadia.
L

Coluna do Carlos Caldeira: Natal & traições, versão 2025

Uma análise irônica e bem-humorada sobre o discurso natalino de Michelle Bolsonaro, que trocou clima de paz e união por insinuações de traição e drama político em plena celebração de fim de ano
L
Colégio Marista de Santa Maria sofre incêndio

Colégio Marista de Santa Maria sofre incêndio

Subtítulo: Incêndio mobiliza bombeiros e apoio municipal.
L
Retrospectiva paralímpica destaca atletismo e judô

Retrospectiva paralímpica destaca atletismo e judô

Atletismo lidera temporada e impulsiona o Brasil no ciclo; atletismo.
L
Marrocos empata com Mali pela Copa Africana

Marrocos empata com Mali pela Copa Africana

Marrocos mantém liderança após empate na Copa Africana.
L
Professores recebem retroativo do Piso Nacional do Magistério

Professores recebem retroativo do Piso Nacional do Magistério

Pagamento segue acordo judicial entre Sintero e categoria.
L
Operação apreende cocaína de alta pureza em Rondônia

Operação apreende cocaína de alta pureza em Rondônia

Ação integrada combate tráfico na Operação Madeira-Mamoré.
12
Homem é preso com R$ 245 mil e barra de ouro pela FICCO/RO

Homem é preso com R$ 245 mil e barra de ouro pela FICCO/RO

Lavagem de dinheiro investigada após apreensão de valores e ouro.
14
Adolescentes apreendidos por roubo a funcionária de pizzaria

Adolescentes apreendidos por roubo a funcionária de pizzaria

Roubo registrado próximo a faculdade termina com apreensões.
14
Logo News Rondônia
Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.