Rondoniense, indígena e protagonista de um discurso que a notabilizou como figura central, para um problema que todo mundo reconhece, mas poucos assumem de fato a responsabilidade pela mudança.

Em meio aos crimes ambientais, na Amazônia brasileira, Txai Suruí, ou como é conhecida no dialeto do seu povo, os Paiter Suruí (Walela Soet Xeige), introduziu pelos meios midiáticos, principalmente com o advento das redes sociais, a importância da urgência de um trabalho mútuo, que possa frear o desmatamento da Floresta Amazônica.
A popularidade da indígena de 26 anos, desde que ascendeu como ativista ambiental, durante seu discurso, na COP-26, concedeu a Txai o status de personalidade número – 1 quando o tema é o ambientalismo na Amazônia. Representante direta dos povos originários, Walela foi escolhida para estampar a edição da revista ‘Ela’.
Vestida pela estilista Dayana Molina, Ela mostra uma Txai diante de um ambiente sofisticado, mas que não exclui suas raízes, estando estabelecida na pintura indígena no corpo e no penacho que ajudam a compor graciosamente o figurino. “Que capa maravilhosa”, elogia a mãe da ativista, a indigenista e coordenadora da Kanindé, Neide Cardozo, a Neidinha Suruí.

Lançada, no domingo, a revista é um formato especial com destaque para a sustentabilidade, no “Dia de Proteção às Florestas”, nesta segunda-feira (17). Escrita por Eduardo Vanini com fotografia de Gustavo Paixão, a reportagem esmiuça a vida Txai, da sua fase criança em uma escola particular de padres, quando já apontava diante de seus colegas traços de uma ‘liderança’, até a fase adulta com os compromissos diários em uma agenda lotada.
Vanini, descreve uma Txai profundamente preocupada com o (futuro das suas gerações) caso o meio ambiente não seja pautado de fato, numa agenda de cuidados pelos governantes. Com frase de efeito, a líder indígena rondoniense procura reafirma o posicionamento que expôs diante das autoridades, no seu conhecido discurso em Glasgow, Escócia. “Somos a última geração capaz de salvar a Amazônia. Se não conseguirmos, talvez seja tarde demais”.