A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), a inclusão do Complexo do Maracanã em um projeto de lei que lista imóveis a serem vendidos pelo Governo do Estado para quitar dívidas com a União. A medida, que ainda precisa ser votada em plenário, é vista por deputados como um passo para tornar o estádio mais rentável e, sobretudo, como uma jogada política com foco nas eleições de 2026.
Segundo o deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), presidente da CCJ, a ideia é dar uma destinação definitiva ao estádio, evitando que se torne um “elefante branco”, citando o exemplo do Pacaembu, esvaziado após o Corinthians ter seu próprio estádio.
O receio de que o Maracanã perca relevância considera o projeto do Flamengo de construir um estádio próprio. A venda definitiva do Maracanã para o clube rubro-negro, avaliada em cerca de R$ 2 bilhões, seria um atalho para a “casa própria” do time, tirando do prefeito Eduardo Paes (PSD) um trunfo eleitoral, já que ele é um dos principais apoiadores da construção do novo estádio.
Disputa Paes versus Bacellar pelo Governo do Rio
A manobra é vista como um “gol de placa” para o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), pré-candidato ao Governo do Rio em 2026 e provável adversário de Eduardo Paes na disputa. Ao associar seu nome ao estádio do Flamengo, que tem a maior torcida do estado, Bacellar ganharia capital político.
A cientista política Mayra Goulart, da UFRJ, destaca que ambos os políticos estão tentando mobilizar a popularidade associada ao Flamengo. A venda definitiva, além do ganho político, garantiria uma boa arrecadação para os cofres do Estado.
Atualmente, o consórcio Fla-Flu detém a concessão do Maracanã até 2044, com um contrato que prevê o pagamento anual de R$ 20 milhões ao Governo do Estado. O consórcio afirmou que o contrato será cumprido até o final.










































