O assassinato de Odete Roitman, a icônica vilã da primeira versão de “Vale Tudo” (1988), tornou-se um dos momentos mais emblemáticos da teledramaturgia brasileira. O mistério sobre “Quem matou Odete Roitman?” começou na véspera de Natal, gerando uma onda de especulações e engajamento popular.
A marca de alimentos Nestlé capitalizou o mistério, promovendo um concurso que convidava o público a tentar adivinhar o assassino. A iniciativa recebeu mais de 2,5 milhões de cartas. O prêmio para quem acertasse era de 5 milhões de cruzados, valor equivalente a cerca de R$ 85,471 mil atualmente.
Dos milhões de palpites, apenas 5% das cartas acertaram o nome da real assassina: Leila, personagem interpretada por Cássia Kis. Os nomes mais votados pelo público, que se destacaram nos bolões, foram César Ribeiro, Marco Aurélio e Eugênio.
Segredo Guardado e Cobertura da Imprensa
O impacto da morte de Odete foi tão grande que ganhou destaque na imprensa da época. O jornal O Globo, por exemplo, dedicou um terço de sua capa no dia 17 de dezembro para noticiar o velório da empresária: “Foi enterrada ontem no jazigo da família Roitman, no Cemitério São João Batista, no Rio, a empresária Odete Roitman, presidente da TCA, a megera da novela ‘Vale tudo’”.
O segredo sobre a identidade da assassina foi mantido rigorosamente até o fim. O elenco e a equipe técnica só descobriram que Leila era a responsável pelo disparo na data da exibição do capítulo final, em 6 de janeiro de 1989. O diretor da primeira versão, Dennis Carvalho, revelou que, dias antes da gravação, o autor Gilberto Braga confirmou a escolha com a pergunta: “Quem é a mulher que tem a cara de mais louca do elenco?”.
A autora do remake, Manuela Dias, confirmou ao Fantástico que adotou o mesmo método para manter o suspense na nova versão. Ela revelou ter gravado dez finais diferentes—com os cinco suspeitos matando e não matando—para que “nem os atores têm certeza de quem matou”.