A Expedição Multidisciplinar no Vale do Guaporé: Ciência, Saúde, Cultura, Direitos Humanos e Diversidade, realizada de 2 a 13 de agosto pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR), encerrou suas atividades com resultados concretos: além de levar serviços, formações e ações culturais a comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas da região de fronteira Brasil-Bolívia, já retornou com demandas encaminhadas para solução junto à Defensoria Pública de Rondônia.
Durante 12 dias, pesquisadores, professores e estudantes de cinco Programas de Pós-Graduação da UNIR desenvolveram palestras, oficinas, campanhas de saúde, exposições itinerantes e atividades de capacitação para educadores locais. Toda a programação foi planejada em conjunto com as lideranças comunitárias, garantindo que as ações atendessem às necessidades das comunidades.
Entre os principais resultados, destaca-se a identificação de casos de indígenas que enfrentavam barreiras no acesso a serviços públicos devido a inconsistências cadastrais. A partir disso, representantes da expedição reuniram-se com a defensora pública Eryca Rubielly, em Guajará-Mirim, que iniciou imediatamente o atendimento e os trâmites para a regularização documental. O relatório final da expedição também será entregue à Defensoria Pública de Rondônia, para continuidade no encaminhamento das outras demandas levantadas pelo grupo.
Para a coordenadora da expedição, professora Maria Madalena de Aguiar Cavalcante, “a presença da universidade nos territórios tradicionais não se limita a ações pontuais, pois ela atua como um catalisador de mudanças concretas, fortalecendo direitos, estimulando a participação social e promovendo transformações duradouras nas comunidades”.
A iniciativa foi financiada pelo Programa Nacional de Extensão Universitária (ProExt) e pela Capes. Contou com a participação de cinco PPGs da UNIR (Geografia, Biologia Experimental, Agroecossistemas Amazônicos, Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça e Conservação e Uso de Recursos Naturais), dos grupos de pesquisa GOT-Amazônia, GEPCULTURA e GEPE-FRONT, além de parcerias com a Fiocruz, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Defensoria Pública de Rondônia e Sedam.
Mais que levar serviços, a expedição reforçou o papel da Universidade Federal de Rondônia como agente de promoção de direitos, proteção socioambiental e fortalecimento das políticas públicas voltadas às populações mais vulneráveis da Amazônia.