Estudantes e servidores ligados ao Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ji-Paraná, realizaram visita técnica à aldeia Paygap, do povo Karo Arara, localizada na Terra Indígena Igarapé Lourdes. A atividade ocorreu na terça-feira, 1º de julho, com o objetivo de aproximar os participantes das práticas sustentáveis desenvolvidas pela comunidade indígena, incluindo o Sistema Agroflorestal (SAF) e o projeto de etnoturismo Te Xaragá.
Durante o percurso até o espaço de etnoturismo, os visitantes conheceram um SAF implantado e manejado pela própria comunidade, que reúne culturas como banana, café, mandioca, pimenta, maracujá e mamão. A Coordenadora do projeto e liderança indígena Shirlei Arara compartilhou informações sobre a produção e comercialização dos alimentos cultivados. “Te Xaragá significa ‘nosso coração, nossa vida’. É um espaço sendo preparado para receber visitantes e gerar renda de forma sustentável, mantendo a floresta em pé”, afirmou.
A Professora Lediane Fani Felzke, da disciplina de Ética Profissional, Direitos Humanos e Relações Étnico-Raciais, destacou o papel formativo da atividade. “É importante oportunizar aos futuros engenheiros florestais o conhecimento acerca dos modos como os povos indígenas se relacionam com a natureza, suas formas de manejo, sua ciência, e tornar mais horizontal a relação entre a academia e as comunidades amazônidas, de forma que haja uma troca de saberes com respeito e aprendizado mútuo”, avaliou
A estudante Kelrely Gambeti Farias relatou que a experiência foi significativa. Segundo ela, “essa visita técnica à aldeia Paygap, da etnia Karo Arara, nos proporcionou uma vivência enriquecedora ao integrar os conhecimentos das disciplinas de Ética Profissional, Direitos Humanos e Relações Étnico-Raciais com a prática dos Sistemas Agroflorestais”.
A atividade foi organizada pela Coordenação do curso de Engenharia Florestal e docentes das disciplinas ligadas à formação profissional. Além de proporcionar o contato direto com modos de vida tradicionais, a visita reforça a importância de práticas sustentáveis e do respeito às populações indígenas como parte essencial da formação no IFRO.