O Ministério da Educação (MEC) vai aplicar, ainda este ano, uma nova prova anual que avaliará a qualidade dos cursos de medicina em todo o país. Além disso, o exame poderá ser usado como critério de seleção para o ingresso em programas de residência médica.
Nomeado como Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), o teste será voltado a estudantes que estão concluindo o curso de medicina e também a profissionais já formados que queiram disputar vagas de residência. A expectativa é de que cerca de 42 mil participantes façam a prova em outubro, com divulgação dos resultados prevista para dezembro.
A prova será composta por 100 questões de múltipla escolha, abrangendo conteúdos das áreas de Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Medicina da Família e Comunidade, Saúde Mental e Saúde Coletiva. A elaboração seguirá as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Medicina, com base em uma matriz de avaliação desenvolvida pelo Inep.
O exame também será integrado ao Exame Nacional de Residência Médica (Enare), ampliando seu uso como instrumento de acesso a programas de residência de instituições públicas e privadas. O Enare, atualmente responsável por um quarto das vagas de residência médica no país, já recebeu mais de 56 mil inscrições em 2024 para cerca de 8,8 mil vagas.
As inscrições dos estudantes concluintes serão feitas pelas instituições de ensino entre maio e junho. Já os profissionais formados poderão se inscrever individualmente a partir de julho.
O governo ainda planeja, no futuro, expandir o Enamed com uma segunda etapa voltada a alunos que estejam na metade do curso. A proposta, segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, é fortalecer o controle de qualidade na formação médica, exigindo mais das faculdades. A medida conta com o apoio do Ministério da Saúde, que defende um acompanhamento mais rigoroso das instituições formadoras.
Com as mudanças, a expectativa é de que estados e municípios passem a adotar o Enamed como parte de seus processos seletivos para residência médica, ampliando o alcance e a padronização das avaliações no setor.
